- Regressa este fim-de-semana o futebol que verdadeiramente me apaixona, o de clubes. Uma eliminatória da Taça de Portugal em que já hoje o FCP viu o seu confronto em Oliveira de Azeméis ser adiado em virtude do relvado se encontrar impraticável (muito bem Jesualdo nas críticas à FPF). Amanhã o Sporting tem o adversário ideal para começar a Era Carvalhal com uma boa vitória – tanto que mais que o jogo é no Restelo –, enquanto o Benfica terá certamente um osso duro de roer na recepção ao Vitória de Guimarães.
- Na Luz, Jesus deverá fazer alinhar o onze mais forte possível (faltam Luisão, Ramires e Cardozo, e Maxi pouco treinou esta semana) e voltar a ganhar rotinas, depois de duas semanas sem compromissos oficiais, antes do derby. Em particular, será importante testar o entendimento entre David Luiz e Sidnei, e espero ver Keirrison começar de início para que possa continuar a ganhar confiança depois do grande golo nos Açores e mostrar toda a sua qualidade.
- Acabo de ler a entrevista de Paulo Bento ao Record. Frontal como sempre, o ex-técnico disparou em várias direcções. As notas mais salientes pareceram-me as críticas ao presidente da AG, Rogério Alves, que ficámos a saber ser um dos que queria saltar do Titanic, e sobretudo a questão Sá Pinto, com quem mantém más relações desde que o dispensou do plantel no final de 2005/2006 e que, segundo Bento, entraria na estrutura do futebol (já estava nas relações externas) no dia em que ele saísse. Fica a ideia de que o técnico não considera “Ricardo Coração Leão” de todo alheio a todas as manobras de contestação que o tentaram atingir a ele próprio e a Pedro Barbosa nos últimos meses. Retiro também a ilação de que Paulo Bento acha que Sá Pinto foi escolhido para agradar aos sectores mais contestatários das claques, que como se sabe têm uma relação muito próxima com o ex nº7 leonino. A verdade é que logo na 3ª feira Carvalhal teve uma reunião com as claques e elas (Juve Leo, Directivo e Torcida) ontem – em pleno auditório de Alvalade... – deram uma conferência de imprensa para apoiar o novo treinador e, como bem reforçaram, marcar o arranque para uma nova era (em que se está a ver que vão ter muito mais poder, o que pode condicionar o presidente Bettencourt).
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- A propósito da entrevista, permito-me citar uma passagem curiosa: “Mas tenho a clara noção de uma coisa: se o campeão tivesse sido o Benfica e não o FC Porto, se calhar eu não tinha estado 4 anos e 4 meses em Alvalade. Provavelmente nem Soares Franco me tinha aguentado...”. Para bom entendedor...
- Por outro lado, também já vi vários comentários de bastante insatisfação, da parte de adeptos, por o Paulo Bento vir dar mais uma entrevista e falar de questões internas do Sporting quando, para todos os efeitos, já não é uma realidade que lhe diz respeito e há um grupo que é preciso proteger.
- Entramos agora, findo o primeiro terço do campeonato, numa fase que pode ser de alguma clarificação na Liga, com quatro jornadas até ao Natal e com vários motivos de interesse:
• Desde logo, a luta no topo. Braga e Benfica têm já 5 pontos de avanço sobre o Porto, sendo que o calendário próximo se afigura mais complicado para a equipa de Jesus (2 clássicos). A fechar o ano, teremos um grande Benfica-Porto em perspectiva. Naturalmente o ideal, do meu ponto de vista, seria manter ou alargar a vantagem até essa altura, mas pelo menos o jogo de Alvalade será sem dúvida dificílimo. O Braga, é minha convicção, e obviamente corro o risco de me enganar, vai perder pontos brevemente, nomeadamente fora de casa (1 ponto nos últimos 2 jogos nessa condição).
• Depois, a incógnita Sporting. Carvalhal começa o seu “mandato” com um desafio terrível frente ao eterno rival; esse, como sempre, é um jogo de tripla, independentemente do momento das equipas, mas a partir daí a equipa tem que ganhar jogos para, pelo menos, disparar do pelotão em que está neste momento inserido, chegar ao quarto lugar e depois, eventualmente, ambicionar a algo mais (o que de momento parece apenas ser possível, convenhamos, se houver uma débacle grande dos três da frente).
• A clarificação dos candidatos a lugares europeus pode reforçar-se também nas próximas jornadas. Creio que Nacional e Marítimo lutarão até ao fim por esse objectivo, o que é aliás natural se compararmos os orçamentos dos vários clubes, o Rio Ave e Leiria vão fazer campeonato tranquilo mas sem se imiscuir nessa batalha (embora o Leiria tenha muito mais potencial que os vila-condenses, na minha opinião), e a incógnita residirá na capacidade do Vitória de Guimarães arrancar uma série de bons jogos que lhe permita recuperar terreno. Qualidade, como se viu na magnífica primeira parte frente ao Braga, não falta. E ambição também creio que não, pelo que conheço do Paulo Sérgio (bem patente quando prometeu derrotar o rival minhoto – e o cumpriu).
• Sobram 7 equipas com qualidade reduzida a fazer pela vida. Paços, Naval e Académica parecem ter ganho com as recentes alterações no comando técnico, sendo que no caso da Briosa há o aliciante extra de ver a evolução do Special Three, por todas as razões e mais algumas. Leixões e Olhanense, sobretudo o último, estão a desiludir muito e ou me engano muito ou o Jorge Costa é o próximo a cair. Já veio aliás criticar a falta de qualidade da equipa, um lavar de mão como Pilatos que não me pareceu muito correcto. Belenenses (ainda estou para perceber como empataram em Alvalade e no Dragão...) e Vitória de Setúbal creio serem as duas equipas com piores plantéis e talvez os mais fortes candidatos a descer de divisão (o que só reforçaria a dimensão do disparate do Manuel Fernandes ao mudar de clube nas cirscunstâncias em que o fez).
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