Que Sofrimento...


Sofrimento. Não encontro outra palavra para descrever o que se passou dentro das 4 linhas.

Maicon a titular, como tinha “pedido”. Cumpriu e pode ter relegado Rolando para o banco.

Futebol trapalhão, pouco pensado e dificuldade na manutenção de bola, posicionamento táctico e uma equipa sempre presa ás posições. Quando se pensa em Xavi ou Iniesta e na forma como dançam no harmónio que é o Barcelona, ver esta rigidez e a "não" invenção de espaços neste FC Porto custa muito .

Primeiro era a falta de criatividade, depois as lesões, depois faltava Fucile para as (adoradas) transições rápidas, e agora o que é?

Golo de Hulk. Grande arrancada do Incrível, e com aquilo a que podemos chamar “uma sorte do caraças”, o Porto adiantava-se no marcador.

João Tomás repõe a igualdade. Passividade e indolência da defesa azul-e-branca, e Fucile a marcar o “Jardel de Coimbra”. Apenas pergunto, porque é que foi o jogador mais baixo da defesa do Porto a marcar o avançado mais alto das Caxinas?

O futebol continua inconsequente, sem posse de bola, sem fio de jogo, sem mais de 4/5 passes consecutivos. Rodriguez continua a não conseguir a proeza difícil de fazer bons cruzamentos.

Frescura física, alguém a viu perdida pela VCI? Hulk a perder duelos em velocidade (!), tudo soa a demasiado difícil. Cada duelo ou um para um, é perdido.

Final da primeira parte, Penalty não assinalado, onde existe falta sobre Fucile.

54' Fucile cai depois de empurrão de Sidnei. Para mim, não seria Penalty. Futebol é contacto e nao é Basket, portanto... Falcao adora falhar golos fáceis, e este foi mais um desses momentos. 2º Penalty falhado.

Minuto 72, livre lateral perto da área de Carlos. Falcão apoiado em Farias alivia a bola da área como o melhor defesa faria. Este momento, para mim, define o estado da equipa azul-e-branca. Muito esforço, muita desorganização, e pouca calma e clarividência.



Golo de Varela. E ainda assim foi sofrer até ao fim. A bola parece queimar os pés dos jogadores do Porto, e mante-la na sua posse, enquanto a trocam com os colegas, parece uma missão extremamente dificil.

Os assobios quase não existiram só apareceram aos 80 minutos, portanto até os adeptos tiveram paciência e foram “amigos” da equipa.

Não percebo e começo a ficar realmente cansado do discurso de Jesualdo. “Equipa está a crescer”, “melhorias significativas”, “yada yada yada”. Chega. Não me atirem areia para os olhos. A não ser que Jesualdo seja detentor de uma visão que apenas foi conhecida no super-homem, a visão Raio-X, que lhe permite ver algo que mais ninguém consegue: melhorias no futebol apresentado no Estádio do Dragão.

Enfim, para a semana o FC Porto terá um jogo dificílimo, em Guimarães, com um Vitoria, que melhora de jogo para jogo.

PS: 22 Mil pessoas – mais baixa assistência da época. Com o futebol apresentado, só poderá continuar a diminuir.

PS2: Exibiçao de Ventura. Enorme. 2 Golos sofridos onde não tem responsabilidade, uma mão cheia de defesas fantásticas. Académica de Villas-Boas. 3-0 e qualidade exibicional. Para seguir de perto…

8 Passes de rotura:

João 30 de novembro de 2009 às 00:28  

Tendo em conta o teu último post acertaste uns prognósticos.
Não vi o a primeira parte,logo o 1º suposto penalty sobre o Fucile. Talvez isso tenha influenciado a marcação do pseudo-penalty do 2º tempo, mas achei claro a arbitragem tendenciosa para o Porto nos últimos 20 minutos. Foram faltas atrás de faltas a remeter o Rio ave no 1º terço do campo e a impulsionar o forcing do Porto, para além de várias não marcadas para os vila-condenses. Aposto que o carlos Brito nem piou no flash interview e na conferencia de imprensa. Já se fosse na Luz era a indignação do costume, e nem preciso de ser benfiquista.
Aparte disto, concordo com muito do que dizes.Porto fraco sem soluções, Falcão a confirmar a sua fama na América do Sul de "falhão" e o a falta de público foi visível. Para quando mais um voto de confiança ao Farías?

Duarte 30 de novembro de 2009 às 00:40  

Desculpa Vasco, mas desta vez não posso concordar com muitas das coisas que escreveste.

O Porto teve hoje uma exibição que pode não ter sido fantástica, porque de facto não foi. No entanto fizemos um jogo muito positivo. Lançamos um ataque sufocante ao Rio Ave que só com muita sorte, um guarda-redes inspiradíssimo e um anti-jogo brutal foi conseguindo suster o empate.

Logo a seguir ao golo vilacondense, Bruno Alves mandou uma daquelas cabeçadas, como só ele sabe, direitinha para a baliza, tendo valido o corte in extremis do defesa do Rio Ave em cima da linha. Para além desta, tivemos uma série de oportunidades, como o penalty que não conseguimos aproveitar. Isto só para mostrar como a falta de sorte foi gritante.

O golo chegou mesmo, foi mais do que justo. Sair esta noite do Dragão com um resultado que não fosse a vitória, depois de tudo o que se passou nas quatro linhas, era meio caminho para a depressão.

No fundo, este jogo do Porto até foi bem parecido com o jogo do Benfica contra a Naval, por exemplo. Conseguimos marcar nos minutos finais, ok também temos direito, ou são só os outros?

É óbvio, e nisso concordo contigo, que há jogadores em sub-rendimento. Rodriguez, por exemplo, esteve bem na primeira parte, mas na segunda desapareceu. Meireles esteve irritantemente igual àquilo que tem estado pelo FCP. Fernando falhou passes uns atrás dos outros e o Maicon também esteve longe de ser brilhante, ao contrário do que dizes. Aliás, no fim, esteve quase a comprometer a vitória com um atraso infantil para o Beto (finalmente são dadas oportunidades ao "Casillas português", espero que seja para continuar). Claro que compreendo que este foi o primeiro jogo do Maicon a titular e por isso é óbvio que lhe dou um grande desconto, até porque me parece um belíssimo defesa.

Resumidamente, preferia ter sofrido menos e ter saído do estádio todo contente com uma goleada. Não aconteceu, os jogadores mostraram-se fortes a reagir à adversidade do golo sofrido, na única jogada em que o seu opositor criou realmente perigo. Há muito trabalho para fazer, Jesualdo sabe-o melhor que nós, mas ainda assim saí do Dragão contente na mesma.

Tomás Pipa 30 de novembro de 2009 às 01:57  

Duarte, vou fingir que não comparaste o Beto ao R.Patrício.

"(...)o Beto (finalmente são dadas oportunidades ao "Casillas português", espero que seja para continuar)"

Ainda não vi o jogo, tenho gravado, mas não sei se tenho tempo para ver. Reparo é que isto já não é o FCP de outros tempos que ganhava tranquilamente em casa, têm tremido. Vão perder pontos em breve.

Pedro Veloso 30 de novembro de 2009 às 02:11  

Concordo com a análise do Vasco. Não percebo como o Jesualdo pode vir, hoje, com este discurso. Até creio que o Porto regrediu desde quarta-feira. Não obstante ter tido oportunidades de sobra para ganhar bem. Carlos defendeu muito bem hoje e o João Tomás mostrou que quem sabe não esquece.

Também tenho que referir, sem pôr em causa a vitória do Porto, que deveria ter sido aí por 2 ou 3 golos, que o Paulo Costa, tal como o meu irmão diz, se fartou de empurrar o Rio Ave para trás. Já não falo do penalty, mas a forma como ao Rio Ave se cortava toda e qualquer hipótese de sair a jogar com faltas por marcar foi demasiado evidente.

Em termos individuais, não gostei muito do Maicon, mas é o primeiro jogo, devia estar nervoso. Gostei do Fucile, falhou no golo mas carrila muito jogo pelo flanco. E será que em Guimarães Farías senta Falcao? Já está mais que na hora...

Duarte 30 de novembro de 2009 às 02:22  

Eu comparei o Beto ao Patrício, Tomás? Se o fiz não devia estar no meu perfeito juízo. Comparar o Beto a um Ricardo em ponto pequenino como o Rui Patrício é quase uma blasfémia.

Pedro, hoje o Porto fez, sem tirar nem pôr, um jogo igual a alguns do Benfica (Marítimo ou Naval, por ex.) que o JJ classificou como "jogos à campeão" e não te vi nada escandalizado com o discurso do teu treinador, muito pelo contrário.

Não sei se o Paulo Costa empurrou o Rio Ave. Se o fez não precisava porque a avalanche que os dragões lançaram chegou e só não sobrou devido à noite inspirada de Carlos. Mas para falar de arbitragem também questiono porque é que o Carlos só viu amarelo para aí aos 78 min, depois de até aí ter passado o tempo a perder os segundos que podia para marcar os pontapés de baliza. Esta situação torna-se ainda mais ridícula pelo Beto ter levado também amarelo aos 90 da primeira e única vez que perdeu algum tempo.

João 30 de novembro de 2009 às 02:34  

Duarte concordo no último ponto mas essas sanções são dadas tendencialmente no fim dos jogos..

Duarte 30 de novembro de 2009 às 02:58  

"mas essas sanções são dadas tendencialmente no fim dos jogos.."

Pois são, mas não deviam ser. Não faz o menor sentido e as regras dizem o contrário, logo é condenável.

Tomás Pipa 30 de novembro de 2009 às 11:56  

Lol.Falaste no Casillas português. Obviamente que estás a falar do R.Patrício.