Recordando...El Mágico González

Jorge Alberto González Barillas, Salvadorenho, nasceu em 1958 num bairro pobre do País. Iniciou-se como futebolista profissional em 1975 no ANTEL e na época seguinte no Independiente Nacional 1906. Avançado de 1,74m., rapidamente se transferiu para a 1ª divisão local, onde jogou de 1977 a 1982 no FAS.

O seu estilo de jogo, com dribles requintados quer em velocidade quer sem espaço, as mudanças estonteantes de velocidade, a veia goleadora e a técnica deslumbrante, rapidamente despertaram alguma cobiça de clubes estrangeiros, que aumentou após ter liderado El Salvador ao Mundial 82 onde a equipa perdeu todos os jogos (1-10 Hungria; 2-0 Argentina; 1-0 Bélgica) e foi totalista.

Em 1982 chegou a Espanha com a alcunha de El Mágico e assinou pelo Cádiz da 2ª divisão, apesar do alegado interesse do Atlético de Madrid. Apesar da sua personalidade problemática, por vezes conflituosa, e ser um frequentador assíduo de festas nocturnas, as suas capacidades soberbas asseguraram-lhe a imunidade e lideraram o Cádiz ao principal escalão espanhol no fim dessa época. El Magico González era, assim, um ídolo dos adeptos com muitas características comuns com Maradona.

Após um ano o Cádiz foi relegado para a 2º Divisão apesar da magia que espalhou nos relvados. Marcou 14 golos, ficando a 3 de ser o Pichichi, e facturou por duas vezes ante o Real Madrid e Barcelona e uma vez ao Athletic Bilbau, as três melhores equipas espanholas na altura. Inicialmente fiel ao emblema Andaluz, recusou propostas do Paris Saint Germain, Fiorentina e Sampdória, transferindo-se para o Real Valladollid em 84 por conflitos com o treinador Benito Joanet. A nova etapa desportiva correu-lhe mal, jogando apenas 9 jogos em época em meia, sendo alvo de regras rígidas de controlo da vida pessoal não compatíveis com os seus hábitos boémios e a sua personalidade.

Em Janeiro de 1986, o Salvadorenho re-assinou pelo anterior clube com um contrato baseado nos jogos que efectuaria. Até 1991 jogou sempre pelo mesmo emblema, assegurando sempre a manutenção e tornando-se a sua maior figura e um dos desportistas de referência a jogar em Espanha. No total, marcou 57 golos em 183 jogos em exibições que ombreavam directamente com os melhores jogadores de sempre, chegando inclusive a defrontar o blaugrana Maradona. Na selecção facturou 41 vezes en 48 jogos.

Após a aventura espanhola, rejeitou um convite do Atalanta e voltou à pátria, onde jogou pelo FAS até 1999 – teve uma curta experiência em 96 como treinador adjunto no Texas - e o San Salvador, retirando-se em 2002 com 44 anos.

Para trás deixou muita saudade, não só no Cádiz (cujo futuro foi passado maioritariamente na 2ª B) como também nos fãs do desporto rei de todo o mundo, incluindo do próprio Maradona.

A sua personalidade problemática, falta de disciplina e o facto de não ter abraçado projectos de maior dimensão estão na base de hoje em dia muitos não reconhecerem este nome como uma lenda consagrada do futebol mundial ao nível da elite do século (apesar de alguns o considerarem o melhor de sempre). Pena, pois a magia estava lá!

2 Passes de rotura:

Anónimo 19 de agosto de 2010 às 09:32  

In it something is. Many thanks for an explanation, now I will not commit such error.

Tomás Pipa 27 de agosto de 2010 às 19:57  

João, está espectacular este post!

Para te ser sincero, nunca tinha ouvido falar neste Gonzalez! A técnica do gajo é impressionante e o vídeo está brutal! Ja fazia a vírgula para dentro e para fora há 20 anos, impressionante! O golo aos 2min41 do video é incrível!