Recordando...Alex Bunbury

Quem não se lembra de Alex Bunbury, um dos mais mortíferos atacantes da Liga Portuguesa na década de 90, ao serviço do Marítimo?

Alexander "Alex" Bunbury nasceu em Plaisance, Guyana, tendo mais tarde emigrado para o Canadá. Era um avançado alto, rápido e de fácil finalização, bom no jogo aéreo. Na "fortíssima" Liga Canadiana representou os Hamilton Steelers, Toronto Blizzard e Montreal Supra. Na época de 1993-1994 deu o salto para o futebol Europeu, assinando pelo mítico West Ham.

Nessa época o clube londrino disputava a segunda divisão inglesa (Division One) e era treinado por Billy Bonds. Alex fez apenas 4 partidas, não apontando qualquer golo. Ainda assim, o clube conseguiu a promoção à Premier League. Bonds foi substituído por Harry Redknapp, actual treinador do Tottenham, que promoveu uma autêntica revolução no plantel, da qual o avançado canadiano não escapou, tendo finalmente rumado ao Marítimo.

O Marítimo era nesta altura treinado por Paulo Autuori, que além de ter revolucionado o clube madeirense, uma vez que até à sua chegada a melhor posição do Marítimo num campeonato tinha sido o 9º lugar, foi mais tarde autor daquela célebre frase "O Guimarães hoje não jogou pívia". Logo na primeira época de Alex com o leão ao peito, o Marítimo vai ao Jamor disputar a final da Taça de Portugal com o Sporting (não vencia qualquer troféu nacional há 10 anos), saíndo derrotado por 2-0, com Iordanov a bisar. Na altura, o Marítimo contava nas suas fileiras com nomes como Bizarro, Paulo Madeira, Paulo Duarte (o da Burkina Faso), Paiva e Gustavo (que chegaram a assinar pelo Benfica), Zeca, Paulo Alves e Edmilson. Na segunda época foi considerado o melhor jogador estrangeiro do Campeonato e culminou o seu serviço ao Marítimo em 1998/1999 apontando 15 golos na Liga. Durante a sua estadia na Madeira, Alex Bunbury tornou-se no melhor marcador de sempre do Marítimo, tendo sido autor de 59 golos em 165 jogos durante 6 épocas, contribuindo decisivamente para a consolidação do clube na 1ª Liga e no grupo de clubes que época após época são "candidatos" à Europa. Enquanto jogador do Marítimo conviveu no balneário dos Barreiros com Bruno, o seu compatriota Fernando Aguiar (Robotrol de Aveiro), Jokanovic, Cabral, Tiago (que jogou no SLB e FCP), Vítor Vieira, Van der Straetan, Nuno Valente, Tanta, Bino, Ricardo Silva, Rui Óscar, Jorge Soares, Lino, Sektioui e Romeu. Foi treinado por Augusto Inácio, Eduardo "Nelo" Vingada, Marinho Peres, Manuel José e Raúl Águas.

Foi também enquanto esteve na Madeira que Alex Bunbury conquistou um lugar na selecção nacional canadiana, pela qual participou em 64 jogos, marcando 16 golos, um dos quais num particular contra Portugal (acabou empatado 1-1). É o terceiro melhor marcador de sempre da poderosa selecção canadiana.

Após abandonar a Madeira, Bunbury mudou-se para os E.U.A, onde representou os Kansas City Wizards (KCW) durante duas épocas, tendo abandonado a carreira de futebolista em 2000. Actualmente é treinador de jovens e o seu filho Teal é já jogador profissional dos KCW. O Marítimo espera-o certamente de braços abertos.

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24ª Jornada

A 24ª jornada foi jogada como mandam as regras do adepto, com todos os jogos a serem disputados entre sexta à noite e domingo. Foi também uma jornada de poucas emoções no que respeita aos "clubes pequenos", pois nesta fase do campeonato pouco há ainda por decidir. Vitória de Guimarães e U.Leiria espreitam a Europa, esperando uma escorregadela do Sporting (duas no caso da União), enquanto que Leixões e Belenenses parecem condenados à descida, embora a equipa de Matosinhos ainda acredite num milagre. Às restantes equipas resta-lhes lutar entre si pela melhor classificação possível.

O V. Guimarães, que durante a semana viu o seu Presidente Emílio Macedo ser reeleito, recebeu na noite de sábado a já não tão surpreendente Académica de Vilas Boas. Depois da derrota em Alvalade na última jornada, Paulo Sérgio alterou a táctica, fazendo entrar Marquinho para o lugar de Rui Miguel, passando a actuar num 4-4-2 losango, o que retirou largura à equipa, pois João Alves raramente cai nas alas. Não deixa de ser curioso que durante a semana Emílio Macedo tenha dito que Roberto e Marquinho estariam à experiência no clube até ao final da temporada, pois neste jogo os dois jogadores formaram a dupla atacante do Vitória. Os da casa dominaram um jogo de pouco interesse futebolístico, onde as melhores oportunidades de golo foram cabeceamentos aos ferros pelos dois jogadores à experiência no ataque vitoriano. O golo da vitória vimaranense chegou já tarde (aos 85') por Rui Miguel (entrou aos 68' para o lugar de João Alves), num bom remate de fora da área que deixa ainda assim o surfista/modelo/guarda-redes (por esta ordem) Rui Nereu mal na fotografia. Triunfo importante da equipa de Paulo Sérgio que fica assim a 2 pontos do 4º lugar ocupado pelo Sporting. A Académica parece já ter dado tudo o que tinha a dar.

No Magalhães Pessoa a União de Leiria recebia o Paços de Ferreira num jogo onde quem perdesse ficava praticamente arredado da luta europeia em definitivo. Cássio foi o herói ao apontar os dois golos da vitória leiriense (2-1), tendo marcado o tento da vitória em cima do apito final. Cássio é já o melhor marcador da sua equipa com 8 golos, mais 2 que Carlão. A dupla atacante da cidade do Lis apontou cerca de 50% dos golos da equipa. Com este resultado a União mantém o (ainda que difícil) sonho europeu.

Em Vila do Conde aconteceu a surpresa da jornada com a Olhanense a golear o Rio Ave por 5-1. Zé Gomes (irmão de Vítor Gomes) colocou os da casa em vantagem mas Tengarrinha, Djalmir (2), Rabiola e Yazalde apontaram os golos algarvios. Para Carlos Brito, o campeonato deveria ter acabado em Dezembro. Já a Olhanense é uma equipa cada vez mais madura, onde despontam bons valores de futuro.

Nos restantes jogos, o Nacional da Madeira continua a desiludir, desta vez com uma derrota por 2-1 em Setúbal (mais um golo de Keita); O Leixões mantém o sonho da manutenção com uma vitória pela margem mínima sobre a Naval.

Na próxima jornada espera-se duelo escaldante em Braga, onde Estádio Axa vai receber o derby minhoto, com ambas as equipas obrigadas a ganhar. O Sporting de Braga quer manter-se na luta pelo título e o V. Guimarães não quer deixar escapar o outro Sporting novamente.

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Golo da Semana

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Sporting 2010/2011

A época 2009/2010 já não tem qualquer interesse para os lados de Alvalade. Nada podia ter corrido pior: fora da Champions League na fase de qualificação, eliminação da Taça da Liga e de Portugal com duas goleadas impostas pelos dois maiores rivais SL Benfica e FC Porto, 4ºlugar (por enquanto) no campeonato e eliminação da Liga Europa em Alvalade perante um At.Madrid mais que acessível.

Com estas desgraças todas, há que apontar baterias baterias para a próxima época e é aqui que começam a surgir os nomes dos possíveis reforços:

Geromel (Colónia) - Seria um excelente reforço na minha opinião É um defesa-central bastante alto (1,87), que ganha praticamente todos os lances de cabeça e até tem alguma classe (para um central) o que me agrada. Sabe ter a bola no pé, coisa que nem Anderson Polga nem Tonel sabem fazer. Faz-me lembrar Fernando Meira. Só me chateia não o termos ido buscar ao Vit. Guimarães, pois agora está muito mais caro e caso venha, vai receber muito mais só por ter vindo do Colónia e não do Vit. Guimarães. (nesta época 25 jogos e 1 golo em 28 jornadas)

Quaresma (Inter Milão) - Até acredito que seja um alvo acessível, pois o Sporting até é o clube do seu coração e não acredito que tenha muito mercado. No entanto, a sua contratação não me agrada (nem por empréstimo). É capaz de decidir uns jogos (com o P.Ferreira, U.Leiria e Leixões) sem dúvida, mas é um jogador completamente desmotivado, muito individualista e, na cabeça dele (e erradamente) acha que não tem que provar nada a ninguém. No meu Sporting, só quero jogadores que estejam motivados para dar o salto para um grande europeu, ou, caso venham do estrangeiro, que venham acrescentar qualquer coisa com a sua humildade, experiência e profissionalismo como foram os casos de Pedro Mendes, Paulo Bento, André Cruz entre outras em épocas anteriores. Nesta época jogou por 10 vezes na Série A (3 como titular) e 2 vezes na Liga dos Campeões (sempre como suplente).

Diego Souza (Palmeiras/Traffic) - É tipico um box-to-box e um dos melhores jogadores do campeonato brasileiro. Já pertenceu aos quadros do Benfica mas nunca chegou a jogar pelo Benfica por ter sido trazido por Jorge Mendes, José Veiga era na altura o Director Desportivo dos encarnados e obrigou Diego Souza (DS7) a mudar de empresário, este não o fez. É capaz de ser um jogador caro (fala-se em 7M€), mas eu gosto dele e como eu costumo dizer: "qualidade paga-se" .É incansável no meio campo, ganha muitas bolas de cabeça (1,86) tal como Geromel e marca muitos golos. Só deve vir se sair João Moutinho ou Miguel Veloso, pois é preciso dinheiro para o podermos contratar. Foi considerado o melhor jogador do último Brasileirão e ganhou o prémio de melhor médio-interior em 2008 e 2009. Em 2007 foi 2º. Esta época, no Paulistão, marcou 7 golos em 13 jogos. Na época de 2009, fez 34 jogos para o Brasileirão, marcando 8 golos. No Paulistão 16 jogos e 6 golos e na Libertadores 12 jogos e 4 golos tendo sido eliminado nos 1/4 Final da prova pelo Nacional de Montevideo. Números muito bons.

Salomão (Real Massamá)- No ínicio da época o Sporting emprestou vários jogadores ao Real Massamá com o objectivo de jogarem, alguns (Fábio Paim, Diogo Rosado e Marco Matias) só não jogaram mais por estarem tapados por Salomão. Salomão é um jovem extremo esquerdo de 21 anos que também pode jogar sobre o lado direito e que é a maior revelação da II Divisão Zona Sul. Chegou esta época ao Real Massamá vindo do Casa Pia. Durante alguns anos foi a figura principal da equipa de Pina Manique (tanto nos Juniores como nos Séniores). Esta época já marcou 5 golos e fez 7 assistências e as suas boas exibições valeram-lhe a chamada à Selecção Nacional Sub-21. Sempre me disseram que é um excelente rapaz e que de vedeta não tem nada. Seria uma contratação barata e caso chegue a Alvalade, o mais provável é que faça a pré-época e depois seja emprestado a um clube da Liga Sagres ou da Liga Vitalis para ganhar rodagem.

Vítor Gomes (Rio Ave) - É o menino bonito de Vila do Conde. Apareceu apenas com 18 anos na primeira equipa e rapidamente se tornou num dos capitães de equipa. Desde muito cedo que também é presença assídua em praticamente todos os escalões das selecções nacionais (menos AA). Em 2007/2008, quando o Rio Ave estava na II Liga, Vítor Gomes foi emprestado na segunda metade da época ao Cagliari da Série A italiana, mas pouco jogou. Actua preferencialmente como médio-centro (nº8), mas muitas joga como lateral-direito, um pouco como Rúben Amorim. Poderia vingar no Sporting caso apanhe um bom treinador que aposte nele. Não acredito que venha pois já temos João Moutinho, Miguel Veloso, Adrien, Pedro Mendes e João Pereira. Diz-se que a contratação poderia ser fechada em 500 mil €. Nesta época fez 20 jogos para o campeonato (18 como titular) e apontou 2 golos.

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Em Piloto Automático

O Sporting foi perder ao Caldeirão dos Barreiros, naquele que foi o primeiro teste à moral da equipa após a confirmação do falhanço que foi a época 2009/2010.

O Sporting apresentou-se muito desfalcado: Daniel Carriço continuou de fora por lesão, Miguel Veloso e João Moutinho ficaram de fora por castigo, Izmailov de fora por razões extra-futebol. Polga e Tonel formaram dupla de centrais, Abel continuou a lateral-direito, Adrien jogou no lugar de João Moutinho, Yannick recuperou a titularidade a extremo-esquerdo e a grande novidade, João Pereira no meio-campo, não tanto a médio-direito, mas mais como "vagabundo", ao aparecer em todo o lado.

O Marítimo vinha de uma série negativa de 5 jogos sem ganhar e tinha que vencer este jogo para continuar no comboio europeu. Portanto, uma equipa motivada contra uma de rastos.

Nos primeiro minutos, era João Pereira que dava o único sinal de vida do lado dos Leões. Muito dinâmico na frente de ataque (bem mais que Yannick) a dar muito apoio a Saleiro e Liedson e a aparecer com frequência nas duas alas.

Aos 17', Tchô fez o primeiro golo do jogo. Ataque do Marítimo pelo meio conduzido por Djalma, que depois de ver Tchô a aparecer no lado direito, assistiu primorosamente o brasileiro que só teve que encostar perante um Rui Patrício impotente.

O Sporting respondeu aos 36' com um golo. Liedson (quem mais haveria de ser?) ganhou a bola a Alonso em zona perigosa e rapidamente lançou Yannick pelo flanco direito, este só teve que centrar para o meio da área onde apareceu João Pereira a encostar para o golo do empate.

Aos 38', talvez ainda motivados com o golo, o Sporting quase que se colocou em vantagem. Saleiro, com tudo para rematar, viu (e bem) Liedson melhor colocado e ofereceu-lhe o golo. O Levezinho desta vez atirou por cima.

O jogo chegou assim ao intervalo. Não fossem os golos, esta parte estaria a figurar na galeria das piores primeiras-partes de um jogo de futebol.

Carvalhal mexeu na equipa com a ideia de abanar um pouco o jogo, saíu Abel e entrou o interncional chileno Matías Fernández. O problema é que nunca sabemos quando se pode contar com Matías, e pelo que se viu, mais valia a pena não ter entrado.

O Marítimo entrou melhor na 2ª parte, Baba (entrou ao intervalo) criou alguns lances de perigo e os madeirenses começavam a tomar conta do jogo. Talvez por isso, Carvalhal voltou a mexer e fez entrar Pereirinha para o lugar de Adrien. O objectivo desta substituição, foi o mesmo da primeira (Abel por Matías): dar alguma vivacidade ao jogo do Sporting, mas o resultado foi nulo. Pereirinha continua a fazer lembrar um fantasma. Fez uma época nojenta até ao momento. É um bom rapaz, bom profissional, presumo que um bom companheiro de equipa....mas tem que dar mais! Isto não é nada!
Saleiro, muito desgastado deu o lugar a Sinama aos 78' e os resultados foram imediatos. Aos 82', canto do lado direito batido pelo ex boavisteiro Paulo Jorge, e golo de Sinama-Pongolle na própria baliza. Os auto-golos normalmente são sempre lances de muito azar, mas porque raio estava o Sinama-Pongolle todo encolhido dentro da área de olhos fechados? Se abrisse os olhos se calhar tinha visto a bola e aliviado como deve ser.

A0s 91', Cláudio Pitbull disparou do meio da rua muito colocado e 3-1! Grande golo do brasileiro, mas é um filme que eu já vi esta época (Cardozo,Manú,Castro,Mariano etc...): passadeira estendida para o adversário rematar. Assim é fácil!

A0s 94', Sinama-Pongolle é carregado na área e o árbitro assinalou penalty. Na ausência de Miguel Veloso e João Moutinho (marcadores oficiais), Sinama-Pongolle foi encarregado de cobrar a penalidade e não falhou. 3-2 resultado final.

Apesar dos cinco golos, o jogo foi muito mau! Um Sporting completamente apático que foi à Madeira apenas para cumprir calendário, mas que agora tem novo objectivo: manter o 4º lugar, pois o Vit. Guimarães já só está a 2 pontos.

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A Luta é a 3

Se no início da época muita gente pensava que Mourinho iria mais uma vez passear pela Liga Italiana e que o grande desafio seria a conquista da Champions, neste momento essa ideia parece completamente errada. Não porque a mais importante competição de clubes do Mundo esteja mais acessível, porque não está, mas porque a cada jornada da Serie A que passa, o título parece estar mais complicado para o Inter.

O Inter deslocava-se ao Olimpico de Roma na sua pior fase da época a nível interno. Para a equipa de Ranieri este era o jogo do tudo ou nada. O Inter apresentou-se no seu habitual 4-4-2 e a AS Roma jogou em 4-3-3, com Totti a iniciar o jogo no banco de suplentes. O resultado de 2-1 para a equipa da casa é enganador e esconde o domínio do Inter durante grande parte do jogo, talvez devido a ter sido obrigado a correr atrás do resultado desde os 17', quando De Rossi (um dos meus médio centros de eleição) inaugurou o marcador. A equipa de Mourinho assumiu as rédeas do jogo e viu a bola bater nos postes da baliza de Julio Sérgio por três vezes: Milito, que marcou o golo do Inter aos 67', acertou nos ferros por duas vezes e Samuel cabeceou à trave na primeira parte. O golo da vitória foi marcado aos 73' (resposta rápida) pelo ressuscitado Luca Toni. Mais um que não servia para Van Gaal... No final do jogo, Ranieri e os seus pupilos festejaram como se do título se tratasse. É compreensível, para uma equipa que começou tão mal o campeonato, somando 5 derrotas nas 10 primeiras jornadas, mas que com a saída de Spalletti, tem feito uma notável recuperação, não perdendo qualquer jogo desde a 10ª jornada.

Em Turim, a Juventus reagiu da melhor forma aos ovos atirados contra o autocarro do clube à saída do centro de estágio e à derrota no San Paolo, vencendo a Atalanta por 2-1. Venceu mas não convenceu. O lendário Alessandro Del Piero abriu o activo com um grande golo de livre, para ver o seu ex-colega de equipa Nicola Amoruso empatar para a Atalanta. Já perto do final, Felipe Melo, uma das desilusões desta época, marcou o golo da vitória. Apesar da vitória, a Juve mantém-se fora da zona de qualificação para a Champions. Em Palermo, Miccoli abateu o Bologna com um fantástico hat-trick, numa partida onde Pastore voltou a ser magnífico e onde se destacou também o jovem uruguaio Abel Hernandez, que jogou sempre em alta rotação, com grande velocidade e técnica assinalável.

Já o AC Milan voltou a vacilar num momento crucial, empatando em casa com a Lazio (1-1), mesmo depois de ter estado a ganhar com um golo de Borriello na marcação de uma grande penalidade.

Segue tudo em aberto na luta pelo título, com o Inter a perder terreno para os seus adversários directos todos os fins de semana. Mourinho encontra-se agora numa encruzilhada de caminhos e terá que fazer escolhas que podem ser determinantes nesta fase de grandes decisões: Colocar em segundo plano o Scudetto de forma a concetrar baterias num objectivo mais ambicioso que é a Champions? Apontar ao título, descuidando o objectivo Santiago Bernabéu? Ou será que tem capacidade e plantel para lutar pelos dois objectivos?

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O homem dos grandes momentos



Casa a abarrotar na Luz com quase 64.000 adeptos, dos quais 2.900 bracarenses, um ambiente espectacular para ver um jogo muito táctico mas na minha opinião bem jogado. A melhor equipa provou sê-lo, mesmo não fazendo dos seus melhores jogos a nível atacante, e ganhou bem perante um Braga que só na meia-hora final conseguiu pôr em prática algum do bom futebol que foi mostrando esta época.

Jorge Jesus pôde contar com Saviola e premiou a melhor forma de Carlos Martins com a titularidade merecida em detrimento de Aimar. De resto, a equipa habitual, com Coentrão a garantir mais uma vez um lugar do lado esquerdo da defesa. Acertadamente, como se veria durante o jogo. Quanto ao Braga, Domingos optou por não alterar o esquema táctico como no Dragão (em que abdicara de ponta-de-lança para encaixar Luis Aguiar no onze), lançando Renteria (uma nulidade ontem) no eixo do ataque. Pensei que pudesse jogar o Miguel Garcia, que posicionalmente defende melhor, no lugar do Filipe Oliveira, mas Domingos terá considerado a velocidade do ex-Chelsea mais importante para tentar anular Di María.

O início do jogo foi morno, a estratégia do Braga era óbvia e passava por tentar anular e adiar o maior caudal e poderio ofensivos do SLB congelando a bola através de Hugo Viana e Alan e esticando o jogo quando possível com os slaloms do Mossoró. Esta intenção saiu furada porque durante quase toda a primeira parte o meio-campo benfiquista - nomeadamente C.Martins, Javi e Ramires - conseguiu ganhar segundas e terceiras bolas consecutivas, imprimiu qualidade de passe (o Carlos esteve excelente nesse aspecto) e contou com óptimo apoio das laterais. Para além, naturalmente, do facto de mais atrás a dupla de centrais estar, como habitualmente, irrepreensível. O Hugo Viana também ajudava porque jogou de forma muito mole, perdia quase todas as bolas divididas (ao contrário do jogo de Braga, ontem anulámo-lo muito bem, e além isso ele anda mesmo desinspirado há vários jogos) e aliás saiu cedo do jogo por causa disso.

No entanto, e apesar do Benfica se acercar bem da área, a defesa do Braga provou a sua tremenda capacidade - Moisés a merecer destaque especial -, a dupla de ataque do Benfica e o Di María (que nem quando passou para a direita para aproveitar o amarelo do Evaldo conseguiu partir a loiça) também estavam em dia menos bom e por isso a maior parte dos lances não tinham um bom desfecho, havendo apenas duas oportunidades flagrantes (Saviola e Cardozo). Nos últimos minutos, porém, o SLB conseguiu imprimir um ritmo mais forte, ganhou uma data de cantos e chegou ao golo 104 da época. Luisão, como em Maio de 2005 (Sporting) ou Fevereiro de 2006 (Liverpool), a marcar golos decisivos para a história do Clube que tão bem capitaneia dentro do campo. Um momento merecido para, talvez, o mais regular de todos os craques que este ano formaram esta equipa.


Como em quase todas as segundas partes, ontem o Benfica voltou a entrar fortíssimo para resolver o jogo de vez, fez quinze minutos muito bons onde criou três ou quatro bolas de golo (Cardozo e Saviola voltaram a falhar à boca da baliza) em excelentes jogadas pelo lado direito entre Maxi, Ramires e Saviola. Mexeu então muito bem o Domingos, tirando H. Viana e Rentería para fazer entrar Matheus e Rafael Bastos, tornando a equipa menos previsível do meio-campo para a frente e conseguindo fazer aparecer Alan (que, diga-se, é um regalo ver jogar ao vivo, mostra uma capacidade técnica notável mesmo quando não desequilibra muito).

O Braga teve então o seu melhor momento do jogo, com alguma posse de bola no meio-campo dos anfitriões, mesmo que sem grande perigo em jogo jogado. A grande oportunidade surgiu por Moisés num livre que quase foi desviado ao segundo poste por outro jogador bracarense. A entrada de Aimar não surtiu grande efeito a nível ofensivo - fartou-se de estragar contra-ataques de 3x3 e 4x4 - mas ajudou a equilibrar o controle do jogo. Cardozo falhou mais um ou dois lances para matar o jogo, mas o jogo arrastar-se-ia até ao fim sem grandes destaques.

Em suma, uma vitória justa, que em termos de domínio se calhar justificava uma diferença maior mas que acaba por se aceitar. Foi pena não anularmos a vantagem bracarense no confronto directo mas o mais importante era cavar um fosso maior e manter a melhor média pontual por jogo da Europa. Relembro quando há três meses, depois do jogo com o Olhanense, se dizia que o SLB ia quebrar, pois bem desde aí foram 9 vitórias e um empate (em Setúbal), mais uma Taça da Liga e duas eliminatórias europeias ultrapassadas. Um excelente Inverno.

Em termos individuais, além do Luisão, uma nota para a restante linha defensiva, sempre em óptimo plano (extensível ao Javi) e para o Ramires (a recuperar o pulmão inesgotável para a fase decisiva da época) e Carlos Martins, que, perdoem-me o toque faccioso, está a jogar a um nível que justifica a convocatória para a selecção, como inclusivamente a sua forte subida na sondagem do Settore Offensivo o demonstra.



Boa sorte para quinta!

P.S. No futebol e não só, há que saber ganhar e perder. Os mind games e picardias fazem parte do jogo e dão-lhe sal, mas às vezes há excessos. Da mesma forma que percebo perfeitamente a indignação do Domingos por o Jesus vir dizer que escolheu 15 jogadores do actual plantel do Braga e que há muita coisa que ele deixou em termos tácticos ao seu sucessor e que o Braga este ano andou a descansar em termos europeus e pôde-se focar só no campeonato (até pode ser verdade mas é no mínimo deselegante por parte do meu treinador), também me custa não ver o Domingos reconhecer a justiça da vitória, resumir o jogo do SLB à oportunidade do Saviola e sobretudo dizer que o golo é fortuito e não tem mérito (não preciso de lhe recordar as vitórias do Braga à rasca este ano com golos de ressaltos em defesa, pois não?). A propósito, se queria vir com a história dos segundos não mentia e ao menos via que o golo é sete, e não catorze, segundos depois do minuto extra dado pelo árbitro, sendo que o canto foi marcado exactamente 1' depois da hora e que nesse minuto extra o jogo tinha estado várias vezes parado porque foram cantos sucessivos.

Para mais, também é bom não esquecer quem começou isto tudo, quando no início do ano veio atirar as culpas de uma eliminação ridícula na pré-eliminatória da Liga Europa para o Jesus, dizer que não havia pubalgias em Portugal desde 1986 (curiosamente o Kaká tem uma em Espanha, já desde os tempos do Milan, mas os espanhóis e italianos são uns atrasados em termos científicos) e dizer que tinham ficado numa má classificação na Liga o ano passado, etc. Não se pode queixar a partir daí.

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Colunista do F.C.Porto

O Settore Offensivo está receptível a candidaturas de adeptos do F.C.Porto que queiram defender o seu clube neste espaço juntamente com o já residente Vasco Calheiros.
Os requisitos falaremos depois de receber a candidatura. Deixem a candidatura no email do blog.

settoreoffensivo@hotmail.com

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Adeus 2009/2010

Sporting 2-2 At.Madrid

Foi com grande expectativa que o Sporting recebeu o At.Madrid na 2ª mão dos 1/8 de Final da Liga Europa. Após o 0-0 da 1ª mão, ambas as equipas tinham que marcar e na 2ª mão para poderem passar aos 1/4 de Final. Sporting tinha vantagem, pois jogava em casa.

José de Alvalade encheu pela 2ª vez esta época e os adeptos vestiram-se de gala para apoiar a equipa do primeiro ao último minuto (e também para assobiarem Judas sempre que tocasse na bola).

Com as expulsões de Grimi e Tonel na 1ª volta, Carvalhal foi obrigado a reformular a defesa. Pedro Silva entrou para lateral-esquerdo e Caneira para o eixo da defesa. Daniel Carriço não recuperou, por isso, Anderson Polga continuou a titular. Izmailov sentiu dores no joelho e também saíu da convocatória. Para o seu lugar (no onze) entrou Pereirinha (se considerarmos o jogo com o Vit. Guimarães) ou Saleiro (se considerarmos a 1ª mão no Vicente Calderón). Yannick também não conseguiu recuperar da lesão. Cédric Soares, lateral direito e Nuno Reis, defesa central e capitão da equipa de Juniores foram as novidades no banco de suplentes.

No At. Madrid, a maior novidade (mas anunciada) foi a troca de Forlán por Jurado (a estrela da selecção espanhola sub-17 em 2003) no onze titular. Quique queria povoar mais o meio-campo e aproveitar a boa forma do jovem camisola 9.


O jogo não poderia ter começado da pior forma para a formação portuguesa. Logo aos 3', Aguëro marcou um golo fácil após jogada de insistência do capitão António López. É bom frisar que a defesa do Sporting, nomeadamente os defesas centrais, estenderam uma passadeira ao jovem astro argentino para poder finalizar à vontade.

Aos 19' foi o Sporting que chegou ao golo. Miguel Veloso lançou muito bem Saleiro em velocidade sobre a direita, este trocou as voltas a Domínguez e centrou com amor para Liedson fazer o empate de cabeça. Grande jogada de M.Veloso, Saleiro e Liedson. Não só espero ver os três na África do Sul como espero que o Sporting seja a equipa portuguesa mais representada.

Aos 33', mais uma vez Aguëro fez o que quis da defesa leonina e colocou o At. Madrid de novo em vantagem no jogo. É ridículo sofrer golos assim! Parecia que Aguëro estava num treino a contornar pinos.

A fechar a primeira parte, novo golo do Sporting. Miguel Veloso a cobrou um livre do lado direito como mandam as regras: bola tensa para a zona do penalty em direcção ao 2º poste a pedir um desvio ou não. Se é desviada pode dar golo, se não é desviada, pode entrar no 2º poste com o guarda-redes sem saber o que fazer. E assim foi. Bola tensa e Polga a desviar para o golo. 3º golo do vice-capitão leonino em 7 épocas de Sporting, curiosamente foram todos nas competições europeias. Momento raro do Campeão do Mundo!

Aos 52' deu-se, para mim, o momento chave desta eliminatória. De Gea respondeu com uma defesa do outro mundo a um tiraço de Saleiro. O remate levava selo de golo, e eu inclusive já me tinha levantado para festejar. De Gea fez uma defesa impressionante, talvez a melhor defesa que eu tenha visto ao vivo. Se tivesse entrado...

Aos 73', mais uma vez Saleiro conseguiu fugir à (péssima) defesa do At.Madrid e quando se preparava para rematar foi travado em falta. Pediu-se penalty em Alvalade, para mim seria fora da área mas o árbitro mandou jogar! Má decisão de Knut Kircher.

O Sporting manteve a toada atacante até ao fim do jogo, mas o At.Madrid conseguiu acertar a defesa nos minutos finais e manter o resultado, e assim ganhou a eliminatória.
O Sporting deixou então cair por terra a última possibilidade de tornar esta época interessante. Eu continuo a achar que tínhamos equipa para superar este At.Madrid.

Sinal +

Saleiro: Está definitivamente num bom momento de forma e a tentar convencer Carlos Queiroz a levá-lo à África do Sul. Pela lógica de Carlos Queiroz (jogar com regularidade), Saleiro vai disputar a 3ª vaga de ponta de lança com Édinho, pois são os únicos candidatos ao lugar que jogam com regularidade. Saleiro é um avançado rápido, bom toque de bola com ambos os pés, razoável jogo de cabeça, bom remate e bom entendimento com Liedson. Ou seja, no fundo é um novo Postiga, é bom em tudo, mas não é muito bom em nada.
De Gea: Espectacular exibição do internacional sub-19 espanhol. Foi, a par de Aguëro, a chave desta eliminatória. Que inveja que tenho de nuestros hermanos, para a sua baliza têm só as seguintes opções: Iker Casillas, Reina, Valdés, Palop, Diego López, Almunia, De Gea e Asenjo.

Aguëro: Confesso que o apenas o achava um jogador de elevada qualidade, mas depois desta eliminatória tenho uma certeza: Aguëro é um galáctico! Está preparado para dar um salto para um dos grandes clubes da Europa (os 2 de Espanha, os 3 de Itália ou os "Big Four" de Inglaterra). Tem mesmo que sair no final da época.

Sinal -

Vukcevic: Mas que raio de jogador este gajo se tornou? Lento como tudo, muito individualista, sempre encostado à linha. Muito, mas muito longe do Vukcevic que empolgava os adeptos em 2007/2008. Por mim sai no próximo Verão.

Simão: Se não fosse os assobios que se ouviram sempre que Judas tocou na bola, eu não teria reparado nele em campo (infelizmente acontece o mesmo na selecção).

Na próxima eliminatória temos um escaldante Benfica x Liverpool, onde eu aposto na passagem do Benfica e um clássico do país vizinho: Atlético x Valência, onde aposto na formação de M.Fernandes e Miguel.

Caso Izmailov

Em relação ao caso Izmailov, não sei bem o que se passou, apenas sei o que li, e li várias versões. Segundo Costinha, o internacional russo pediu para não jogar porque não se sentia confiante, o que não me admira, pois o Izmailov também já tinha dito que não gostava de bater penaltys porque não tinha confiança para isso.
Segundo o seu empresário, o finíssimo Paulo Barbosa, Izmailov estava com fortes dores no joelho operado, o que também não me admira pois o Czar, tal como Aimar, é muito atreito a lesões. Diz-se que foi mesmo por isso que o Lokomotiv o deixou sair no Verão de 2007 quando na altura Izmailov era a maior estrela da equipa.
Costinha acusou Izmailov de este não querer ajudar a equipa, o que também me custa a engolir. Desde que chegou, no Verão de 2007, Izmailov mostrou ser um jogador problemático em termos profissionais. Diz-se que não queria receber o salário até estar recuperado, que abdicou das férias do Verão em 2009 para recuperar em Alcochete da operação ao joelho, que abandonou a selecção russa para se dedicar inteiramente ao Sporting e que rejeitou (após ter sido autorizado pelo Sporting a negociar) recentemente uma proposta de contracto do clube do seu coração, o Lokomotiv de Moscovo, cinco vezes superior ao que tem com o Sporting. Na 6ª feira, sem qualquer justificação, Izmailov faltou ao treino e à sessão de tratamento, o que é muito estranho.

Não foi a atitude do Izmailov que me deixou irritado,pois muitos jogadores já faltaram a treinos (e pagaram por isso) e muitos jogadores já apresentaram queixas (de confiança ou musculares) em dias de jogo para darem o lugar a outro. O que me deixou verdadeiramente irritado foi este lavar de roupa suja em plena praça pública. Custava muito dizer no final do jogo, que Izmailov não jogou porque se ressentiu da lesão no joelho e internamente resolver isto com uma multa por ter faltado ao treino? É preciso este espetáculo todo? Mas agora somos o Benfica ou quê?

ps: Aproveito para dar os parabéns à equipa de Juniores (mais alguns séniores que jogaram) do Sporting que acabou de revalidar o título de Campeão de Primavera da Liga Intercalar.

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Mario Barwuah Balotelli

O novo "enfant terrible" do futebol italiano

Se o facto de José Mourinho ser um treinador autoritário e disciplinador não é novidade para ninguém, o facto de existir alguém que teima em enfrentá-lo e provocá-lo já constitui notícia. O autor (reincidente) da proeza é o jovem avançado de 19 anos, Mario Balotelli.
Já todos conhecemos o desempenho extra-futebol de Balotelli, depois de várias intervenções infelizes ou polémicas como "Vou ser melhor do que Ronaldo" (depois de este lhe ter recusado a troca de camisolas no final de um jogo) ou de ter deixado o carro estacionado de forma a impedir a saída do automóvel do seleccionador Marcelo Lippi, num jogo do AC Milan. Há uns meses atrás, o Ministro da Defesa Italiano, confesso adepto do Inter, disse que "Mourinho trata Balotelli como se de um filho de tratasse". Pois parece que pai e filho, em fase rebelde da adolescência, se chatearam. Surpresa? Não! De facto, não é a primeira vez que Balotelli se chateia com os seus "pais". Filho de pais biológicos originários do Gana e posteriormente adoptado por um casal de italianos, de quem recebeu o apelido pelo qual é conhecido, Mario acusou os progenitores biológicos de só se interessarem por ele desde que é famoso. Agora, após a vitória heróica em Londres, para a qual Balotelli não foi convocado, o jogador não poupou críticas ao seu "pai" Mourinho, fazendo-o na praça pública. Não satisfeito, Mario, que já havia admitido ser adepto do rival AC Milan, decidiu ir mais longe desta vez, sendo filmado com a camisola rossonera, com direito a nome e número (45). Esta provocação clara motivou o desagrado não só dos seus maiores críticos, mas também dos seus habituais defensores. Hoje, frente ao Livorno, Mario voltou a não ser opção, abrindo vaga no onze para o português Quaresma.

"Super Mario" é considerado por muitos como um dos mais talentosos e promissores futebolistas da sua geração, mas para ser grande terá que controlar o seu temperamento e ser mais disciplinado. Será que Mourinho está à altura do desafio? Acredito que sim. Se ele não está, ninguém estará.

Balotelli corre então o risco de se juntar a uma extensa lista de "enfants terribles" do futebol mundial, sendo que Itália é terreno fértil para o crescimento desta espécie. Existe já uma panóplia de jogadores carismáticos que, apesar de terem um talento acima do comum dos mortais, passaram ao lado de uma grande carreira, ou então conseguiram de facto grandes feitos no futebol, mas serão sempre recordados pela sua atitude menos profissional e mais indisciplinada, pela sua rebeldia. O expoente máximo desse grupo de jogadores é o melhor jogador de sempre, Diego "El Pibe" Maradona, que viu a sua magnífica carreira ficar manchada pelo álcool e drogas. A esta lista podemos juntar muitos outros, como George Best, Paul Gascoigne, Claudio Caniggia, Ariel Ortega, Vítor Batista (o homem do brinco), Di Canio, Futre, Cassano, Bellamy, Sá Pinto, Dani ou José Dominguez, só para enumerar os casos mais conhecidos.

Com o caso de Balotelli faço um paralelismo imediato com a carreira de Djibril Cissé. Muito parecidos, quer fisicamente, quer na atitude que têm na sua vida extra-futebol, quer em alguns aspectos do jogo, apesar de Cissé ser incrivelmente vocacionado para o golo. Cissé foi, dos jogadores que vi crescer para o futebol, um dos que tinha mais potencial, com uma velocidade e um sentido posicional enormes, aos quais aliava a já referida notável capacidade de finalização. Um autêntico fora-de-série. Contudo, a sua constante falta de profissionalismo e os conflitos com Rafa Benitez, fecharam-lhe as portas do Liverpool e atiraram-no para uma carreira de sucessivos falhanços (onde algumas lesões graves também desempenharam um papel de relevo). Agora, aos 28 anos, procura relançar a sua carreira no Panathinaikos, tendo já sido convocado pelo odioso e mesquinho Raymond Domenech. Porém, já será certamente tarde de mais para atingir o potencial que apresentava no início da carreira e é esse o exemplo que Balotelli tem de ter em conta se quiser ser realmente grande em termos futebolísticos.

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Notícias de Itália

Na "Bota da Europa" viveu-se uma semana marcada primeiramente pelo jogo de Stamford Bridge e pelas reacções que a vitória do Internazionale motivou, uma vez que este triunfo foi quase tão importante para o futebol italiano quanto foi para aquela que continua a ser a sua melhor equipa de futebol. Depois, vieram também dias de grande pressão e nervosismo, especialmente na cidade de Milão, onde "moram" os dois maiores candidatos ao título da Serie A.

Após a vitória épica e incontestável do Special One em Stamford Bridge, onde o português é Rei sem trono, Itália viveu dias estranhos, diferentes. Aquele que costuma ser diariamente criticado por tudo e todos no país onde trabalha passou a ser, na ressaca deste jogo, o porta-estandarte do futebol italiano na Europa, motivando elogios generalizados um pouco por todo o Calcio, com destaque para as declarações do seu novo adversário, Zaccheroni (que no dia depois de as proferir foi a Londres levar 4 do modesto Fulham, sendo atirado para fora da Euroleague).

Com o fim-de-semana, chegaram os dois jogos das equipas de Milão, tendo o AC Milan a possibilidade de ultrapassar o Inter, no caso deste não vencer. Pois de facto o Inter escorregou em Palermo, numa deslocação que já se previa muito complicada, mas...o Milan também não ganhou.

No Stadio Renzo Barbera, perante uma excelente assistência de 36000 espectadores e com Mourinho finalmente de volta ao banco de suplentes, o Inter até começou melhor com o inevitável Milito a converter uma grande penalidade logo aos 10 minutos (falta duvidosa na origem da g.p.), respondendo o Palermo aos 24' pelo uruguaio Edison Cavani. Depois de na última jornada Muntari ter conseguido ver dois amarelos no espaço de um minuto, os Nerazzurri voltaram a ser extremamente penalizados disciplinarmente, recebendo 5 amarelos (3 deles para defesas), algo que vem sendo comum e reincidente esta época. Na equipa do Palermo há um jogador de quem gosto especialmente, além do já sobejamente conhecido Miccoli, e que é Javier Pastore. Já venho seguindo o percurso do "6" (não de posição, mas de número de camisola) da equipa da Sicília há algum tempo. É um enorme jogador, com uma classe que salta à vista, e espero poder vê-lo actuar na Champions na próxima época. Vejo nele qualidade suficiente pata suceder a Aimar como o melhor "número 10" argentino. Acabou por não ser um resultado muito mau para o Inter, não só porque o Palermo é uma excelente equipa, que se encontra na luta pelo apuramento para a Liga dos Campeões, mas também pelo que aconteceu em San Siro.

Com a possibilidade de superar o seu eterno rival na tabela, o Milan entrou decidido a vencer, com Leonardo a apostar no eterno goleador "Pippo" Inzaghi. Contudo, logo nos primeiros 20 minutos, duplo revés para a equipa da casa: aos 13' Campagnaro inaugura o marcador para os napolitanos e logo a seguir, aos 16', Alexandre Pato lesiona-se e é substituído por Mancini. Aqui uma palavra para Leonardo, faltou-lhe coragem para apostar em Huntelaar, num jogo onde tinha imperativamente de atacar. Valeu-lhe então o suspeito do costume, aos 26' Inzaghi aparece no seu habitat natural, o coração da área adversária e cabeceia simples e eficaz para o fundo das redes. Que classe tem ainda este grande jogador! Além do golo marcado, o "9" do Milan foi sempre o jogador mais inconformado da sua equipa e não foram poucas as vezes em que ajudou a equipa na manobra defensiva. Ironicamente, foi dos pés de Mancini, cujo passe pertence ainda ao Inter, que saíu a melhor oportunidade para o Milan marcar o 2º golo no jogo. Do outro lado, destaque para aquele que considero ter sido o melhor em campo, Walter Gargano. O uruguaio, que no início da época foi falado para o SL Benfica é um trinco de grande qualidade, tapou quase todos os espaços no meio-campo defensivo napolitano e ainda saíu muitas vezes a jogar no meio-campo adversário, sempre com objectividade e muita garra. Ao Milan faltou-lhe aquela frieza de aproveitar o deslize de um adversário directo para subir à liderança. Uma surpresa, face à enorme (exagerada?) experiência do seu plantel, talvez contra-balançada pela inexperiência do seu treinador.

O campeonato segue ao rubro e não só os gigantes de Milão, como também a AS Roma que venceu a Udinese, vão-se bater até ao fim pelo Scudetto.

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Quem deverá substituir Silvestre Varela na África do Sul?

Num simples treino de preparação de últimos detalhes para a final da Carlsberg Cup, o jogador português fracturou o perónio e viu a sua melhor época desde que é sénior terminar de forma abrupta.Já ninguém duvidava que o português formado nas camadas jovens do Sporting seria um dos 23 para a África do Sul. A sua forma e regularidade já haviam sido reconhecidas por Carlos Queiroz, que lhe deu a oportunidade de se estrear contra a China no tão falado amigável. Varela aproveitou a oportunidade e foi dos melhores de Portugal nesse jogo, estava sem dúvida alguma encontrado o 4º extremo da Selecção Nacional para o Mundial 2010 (como, aliás, estava bem claro na sondagem do Settore).
Com esta adversidade "de última hora", há que pensar quem levará Queiroz no seu lugar, relembrando que já não há nenhum jogo particular antes da convocatória dos 23 finais.




As opções mais óbvias seriam levar um substituto directo em termos de posição. Danny, Quaresma (em quem Mourinho tem apostado "um pouco mais" ultimamente), César Peixoto (passando Coentrão a ser o 4º extremo) e Yannick Djaló parecem ser os mais bem posicionados para ser brindados com esta lesão, seguindo a linha de pensamento mais óbvia.


Porém, penso que pode ser interessante equacionar outras hipóteses:













1) Miguel Veloso tem jogado (bem) a médio esquerdo no seu clube e pensará o Seleccionador em levá-lo para essa posição (sendo assim o 4º extremo) e abrir assim uma vaga no miolo para um Carlos Martins em forma ou para um Ruben Micael em afirmação?






2) Em vez de ser César Peixoto a retirar Coentrão da mais que provável convocatória como defesa esquerdo e colocá-lo como 4º extremo, haverá outro lateral esquerdo (para além do óbvio Duda) no pensamento de Queiroz? Ou mesmo um lateral direito (João Pereira/Miguel Lopes/Rubén Amorim) para disputar lugar com Miguel, passando assim Paulo Ferreira a ir como defesa esquerdo?
3) Carlos Saleiro tem vindo a crescer muito como jogador esta época e está no seu pico de forma nesta fase. Pensará o Seleccionador em levar um 4º ponta-de-lança em vez de um 4º extremo, visto que Miguel Veloso (indo como médio centro) e Fábio Coentrão (indo como defesa esquerdo) podem jogar ocasionalmente do lado esquerdo do meio campo?

4) A caixa de comentários está aberta a sugestões, que o Seleccionador Nacional certamente agradecerá.

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A primeira de Jesus


Pela segunda vez consecutiva o Benfica chegou, viu e venceu a final da Taça da Liga e se na edição anterior a final foi marcada pelo favorecimento do arbitro ao Benfica, já esta vitória não deixo margem para dúvidas, um Benfica a meio gás sem quatro dos habituais titulares vulgarizou por completo o clube prometeu a José Maria Pedroto o penta campeonato.

Ao contrário do que o Prof. Jesualdo disse, eu não creio que o jogo tenha sido equilibrado, ou talvez até tenha sido, o Benfica não carregou, jogou e controlou a seu belo prazer e foram só três, entendo Professor... Com o onze que Jesus apresentou, com o ritmo um pouco abaixo do normal e o Benfica a deixar jogar é perfeitamente natural que lhe possa ter causado essa impressão. Mas não, o Benfica entrou para vencer, jogou o suficiente e foi claramente superior tendo sempre o jogo controlado a seu belo prazer. O F.C.Porto confirmou o seu mau momento, a pálida imagem de um Porto temível que está adormecido.

Esta Taça é o troféu mal amado. Nunca reuniu consenso desde a sua criação, e o prestigio que deveríamos colocar numa competição nossa não o colocamos, e quando nos dois últimos anos o vencedor é o Benfica ainda menos valor têm, certo é que moram na Luz duas em três edições, e seja a Taça da cerveja ou da treta, antes tê-la que não a ter, e quando se vence aos maiores rivais dá-lhe o tal sabor que lhe falta, mas esse sabor só quem já lhe tomou o gosto é que sabe do que falo, quem não sabe continuará a menosprezar aquilo que é para todos os efeitos uma conquista. É também uma forma de disfarçarem a azia de terem sido vulgarizados. Fosse para o que fosse 3-0 do maior rival são sempre 3-0... Acho eu... Ou porque é a da cerveja dói menos?

Jorge Jesus apresentou o onze que achou que estaria em melhores condições, não se enganou e saiu vencedor, a equipa não criou o sufoco habitual mas entrou decidida a fazer aquilo que melhor sabe, vencer. Foi com alguma felicidade e com alguma injustiça até porque até então nada tinha feito para merecer, que chegou à vantagem com um frango do porta voz do F.C.Porto após remate de Rúben Amorim que se exibiu em grande plano rubricando uma excelente exibição.
Os homens de Jesus controlaram o jogo e sem jogarem muito chegaram ao segundo por intermédio de Carlos Martins após cobrança de um livre.
Ao intervalo Bruno Alves era o rosto do nervosismo que a equipa nortenha apresentava. Sou admirador das capacidades do central internacional Português, mas acho incrível como faz e diz o que quer atirando-se aos árbitros com agressividade e passando sempre impune, é vergonhoso até para o próprio clube as atitudes do defesa que ostenta a braçadeira de capitão do clube que não se importa de levar 3 porque é para a taça da cerveja.
Na segunda parte tudo mais fácil, bastava controlar e foi isso que o Benfica fez, o Porto nunca foi ameaça, e já no fim do tempo regulamentar Cardozo deu mais cor a vitória do Benfica fixando o resultado em 3-0.
O Benfica foi um justo vencedor, o Porto foi presa fácil para uma equipa a meio gás, 3-0 é um resultado que deixa um sorriso enorme mas talvez tenha sido castigo a mais para os homens de Jesualdo.
Jorge Jesus conquistou o primeiro troféu e emocionado dedicou ao Pai. O homem que não reunia o consenso ao início tem todo o mérito nesta conquista, nesta, e na fabulosa campanha que o Benfica tem feito esta temporada e hoje tem muitos fiéis a seu lado.

Os recentes acontecimentos do Blog em nada têm dignificado que aqui visita e participa com respeito. Nunca quis ofender ninguém, respondi a mil comentários em que me chamaram de sonhador, em que me ofenderam e em que desceram baixo, fi-lo depois da vitória no Velodróme, e convidei a comentar os mesmos que me ofenderam anteriormente. Cá se fazem, cá se pagam! O último post também mereceu muita contestação. A todos esses que se preocupam comigo ao criticarem a qualidade do meu texto, agradeço a preocupação e peço-vos que não se preocupem, não sou jornalista portanto não irei ser despedido. Nunca tive nota 20 a Português, mas sei que tenho nota 20 a educação, e a educação não se compra. Num espaço "amador" como este não esperem encontrar perfeição gramatical, quem aqui escreve faz por gosto e não é profissional, nem sempre há bons conteúdos mas nem aqui nem em lado nenhum. Peço-vos portanto que não transformem um blog em que bem ou mal, português correcto ou incorrecto se fala sobre futebol, num espaço de muito baixo nível.

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Acerto de contas


Este entusiasmo que eu tento entender, juro que tento, é dificil de controlar e temos que saber viver com eles.
Tudo o que eles vencem é uma coisa fora de série e que merece sempre honras de Estado, só um clube como o Benfica poderia vencer este Super Marselha que segue em sexto na Liga Francesa. Aliás só uma super equipa, com um super treinador, poderia eliminar o Hertha de Berlim, que é só o último classificado da Liga Alemã. Mas estes dois grandes confrontos só aconteceram porque o Benfica havia eliminado o Bate Borisov, essa equipa que ganha todos os troféus da Bielorússia, e eliminou também o grande Everton, que segue em oitavo na Premier League, a apenas 24 pontos do primeiro classificado, claro que o facto do Manchester ter mais um jogo ajuda e muito a esta grande distância pontual. Agora vem o Liverpool, que segue em quinto, a 16 pontos do Arsenal e a 18 do líder, mas brevemente virão aqui adeptos e entendidos do futebol dizer que o Liverpool é uma equipa bem superior ao Arsenal. Esperem para ver.
Mas para os benfiquistas este está a ser um ano louco, de conquistas nunca antes vistas, isto quando ainda não ganharam rigorosamente nada!! Ninguém consegue entender, vivem num mundo de fantasias baseado em histórias de um passado que já é bem antigo, mas é deixá-los, a fome de títulos é tanta que eliminatórias já valem como troféus e para um colega meu do Settore serviu até para insultar quem aqui vem. Mas cada um faz o que sabe e quando quem nos rodeia não sabe estar, nós ou ignoramos ou agimos da mesma forma.
Sei que estou a ser agressivo e até nem devia, mas quem frequenta o espaço merece esta minha agressividade. Estou aqui para defender o meu clube e todos os portistas e sabem que já cansa ouvir tanta babuseira e tanta parvoíce. É uma insanidade sem explicação.
Há uns dias ouvia um proprietário de um café dizer que dá-se logo conta quando joga o Benfica, a má educação reina dentro do estabelecimento e confidenciou que sempre que o Benfica marca um golo eles aproveitam para insultar os adeptos dos outros clubes e clientes habituais confirmavam. É por isso que não me misturo com esta gente, em casa é que se está bem.
Intitulam-se como o maior clube português e eu não entendo porquê, aliás acho que só eles entendem. Maiores em quê? Só se for em adeptos, mas isso não garante grandeza a ninguém. O que dá grandeza aos clubes são os títulos, nada mais e neste momento o Benfica tem 65 troféus, juntando provas nacionais e internacionais, e o FC Porto tem 64. Meus Deus, que diferença!! É uma coisa fascinante, como é possível que um só título torne um clube tão maior que o outro? Alguém me explica? Já agora, esse título é aquele que o Lucilio Baptista ofereceu ao Benfica no ano passado no Algarve, lembram-se?! E este ano, mesmo ganhando o Benfica fica com mais dois títulos que o FC Porto, sendo que os troféus que lhe dão vantagem são duas taças que nem têm adjectivação e caso o FC Porto ganhe os clubes ficam igualados a nível de troféus. E acham-se maiores que o FC Porto?! Por amor de Deus! E atenção, estas contas vêm de sempre para os encarnados, mas os azuis só puderam começar a vencer depois de 1974, por isso vejam quem será o melhor clube português. Sem esquecer que o penta não existe na Luz, a Taça Intercontinental não existe, nem nunca existirá na Luz e a SuperTaça Europeia só vencida por um clube português: FC Porto. Esclarecidos?
Vamos mudar de assunto, porque é chover no molhado estar aqui a explicar aos benfiquistas que eles já foram os melhores, já foram, agora são um clube normal, perfeitamente normal, só têm muita gente, mas quantidade nunca significou qualidade.
Varela lesionou-se. É bem verdade que um azar nunca vem só e este foi um duro golpe para o jovem extremo dos dragões. Com esta lesão perde-se uma peça importantissima no jogo do FC Porto e uma grande promessa para o Mundial da África do Sul, mas a vida é mesmo assim.
Assim, o FC Porto vai defrontar o Benfica hoje com um extremo disponível: Cristian Rodriguez. Hulk está castigado, Mariano Gonzalez e Varela não jogam mais esta época devido a lesões.
O FC Porto está mais fragilizado do que nunca e acho que o Benfica deve aproveitar a oportunidade, porque para além de ter toda a obrigação de vencer, por todos os motivos e mais alguns, tão cedo não voltará a encontrar um Dragão tão fácil de domar. Confiem no que vos digo.
Falemos agora de violência, que infelizmente faz parte do futebol.
A 2 de Novembro de 1833 travou-se, em Alcácer do Sal, a batalha da Guerra Civil Portuguesa, onde os Miguelistas quiseram vingar os seus companheiros de armadas fuzilados pelos Liberais e hoje em Alcácer do Sal adeptos do FC Porto fizeram de Miguelistas e segundo dizem as noticias, apedrejaram carros de adeptos do Benfica. Não sei do que se admiram. Do que estavam à espera?! De um encontro convivio? Gostaram de apedrejar o carro do Presidente Pinto da Costa e o autocarro do FC Porto aquando do jogo Estoril-FC Porto a contar para a Carlsberg Cup agora é normal que haja adeptos que queiram a vingança. Sabemos que isso não deve acontecer, mas também sabemos que isso acontece.
Quanto ao jogo, mau é para o Benfica se não ganhar a um FC Porto em cinzas, mas se por acaso o FC Porto ganhasse adorava que o staff azul e branco deixasse a Taça num caixote de lixo qualquer. Afinal o que vale esta Taça? Igualar o Benfica em títulos?! Há muito que somos superiores, só não vê quem não quer e esses continuariam sem ver mesmo que trouxéssemos a tacita para a Invicta.
Cumprimentos azuis e brancos.

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A mão de Jesus



20 anos depois, a história reescreveu-se. Novamente uma eliminatória difícil com o Marselha é ultrapassada com sucesso, desta feita com uma vitória épica no mítico Vélodrome. Mas se em 1990 sofremos a bom sofrer perante o super Marselha de Papin, Waddle, Abedi Pelé e...Mozer, esta 5ª tudo foi diferente: uma vitória de grande classe e querer, a encher de orgulho os adeptos benfiquistas em todo o mundo. De orgulho porque ganhámos, mas mais do que isso (e diria o mesmo se o jogo tivesse acabado com o golo do Niang) por finalmente voltarmos a ter uma equipa que joga em qualquer campo para ganhar, que não se acanha e que tenta honrar a história deste Clube, com a "arrogância" saudável dos grandes campeões. Mérito de Jesus.

Quase paradoxalmente, o balde de água fria que foi o golo de Ben Arfa a fechar a primeira mão creio que acabou por ser positivo de alguma forma, porque nos inibiu de quaisquer dilemas de abordagem ao jogo. O SLB passou a saber que a única hipótese era assumir as despesas da partida e jogar para ganhar. Além disso, o mister "descobriu alguns pormenores tácticos do Marselha" na 1ª mão e tratou de as anular neste jogo. Colocou o C. Martins, mais combativo e mais confiante neste momento, no lugar de Aimar, e deu ordens ao Ramires para apoiar mais o Maxi no sentido de parar o Brandão, por onde o OM canalizava praticamente todo o jogo ofensivo. Soubemos estar sempre 4x3 no meio-campo e com isso o Lucho e o Cheyrou poucas vezes se conseguiram libertar para criar jogo como tão bem sabem fazer.

Creio que os primeiros minutos foram fundamentais, com 5 minutos muito fortes a abrir que de certa forma impuseram logo receio aos anfitriões e marcaram a toada da primeira parte. Um Benfica a mandar na primeira meia-hora, com duas boas chances (Cardozo e Di Maria) e 2 penalties por assinalar a seu favor, suportados por uma excelente circulação de bola assente sobretudo na capacidade de passe do Carlos Martins. O Marselha reagiu na parte final, podia ter marcado pelo Lucho, mas nem nesse período o Benfica perdeu o controlo da partida.


No segundo tempo, o Benfica voltou a fazer aquilo que é hábito, entrou muito forte e teve 20 minutos de excelente nível, com domínio claro (Marselha praticamente só defendia e usava jogo directo na frente para a resposta) e oportunidades como as de Saviola e Luisão. O problema é que...quem não marca sofre e Niang, como habitualmente, não perdoou um deslize da defesa encarnada numa bola de ressaca após um livre.

Obviamente foi um duro golpe mas a equipa soube manter-se viva e continuar a impor o seu jogo, tendo então finalmente a ponta de sorte que lhe faltara antes: Maxi marcou quase de seguida, num remate que bateu num defesa da casa. A partir daí foi o melhor. Normalmente nestas eliminatórias, em condições semelhantes, as duas equipas fariam jogo de contenção à espera do prolongamento, mas o Benfica quis resolver o jogo logo ali e foi um regalo ver i) Jesus sem medo a ganhar o jogo nas substituições; ii) ver a equipa carregar à procura da vitória. Oportunidades flagrantes desperdiçadas e a recompensa merecida ao soar do gongo. AK 31 a estoirar para o golo, num remate de grande ponta-de-lança. O golo 100 da época, ainda antes do final de Março.

Uma vitória excelente, que assim soube melhor mas que, tamanha a superioridade em campo, deveria ter sido garantida mais cedo, não fora a quantidade anormal de falhanços e, claro, a arbitragem inqualificável do senhor esloveno Skomina. Que o árbitro não marque aqueles penalties, não se pode aceitar, mas muito menos quando depois fora da área e contra o Benfica o critério era gritantemente diferente. E os amarelos, nomeadamente o do Aimar...enfim. Eu normalmente até detesto usar aquelas teorias de que "é tudo para favorecer os clubes dos grandes países", mas isto fez de facto lembrar outros roubos históricos de clubes portugueses, como o do Hugh Dallas num Bayern-FC Porto há 10 anos, ou o Marc Batta no Alemanha-Portugal de 1997.

24ª presença nos quartos-de-final de uma prova europeia e a 3ª nas últimas 5 épocas, algo que creio que muita gente se tem esquecido. Agora segue-se o Liverpool, não era obviamente o adversário desejado mas temos todas as possibilidades de discutir a eliminatória e se ganharmos o impacto é obviamente ainda maior. Para depois reencontrar o Quique, Simão e Reyes, gostava muito.

Individualmente, estiveram todos muito bem, por isso vou só destacar, além do herói Kardec e do Ramires (porque voltou às grandes exibições), o melhor de todos. Maxi. Excelente na concentração a defender perante Brandão, pulmão, apoio ao ataque e até marcou um golo. Mas sobretudo pela raça incrível, acho que não perdeu um lance e foi sempre um exemplo para os companheiros.


P.S. 1 - "Um grito de golo saía de uma garganta improvável na bancada, de Nuno Gomes, que sentiu o remate do uruguaio como ninguém no estádio." Grande Nuno, um exemplo mesmo quando não joga e que diz muito sobre a união deste grupo fantástico.

2 - Faleceu um dos maiores avançados e o 7º melhor goleador de sempre da história do meu clube, Julinho, aos 90 anos. A minha homenagem e obrigado, que Deus o guarde.

3 - Uma notícia muito triste, Varela acaba de fracturar o perónio e vai perder o resto da época. Um abraço e os desejos de rápidas melhoras para um grande jogador.


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