Sp. Braga e D. Chaves na(s) Luta(s)

Reviravolta do Querer

O Sp. Braga chegava a esta 26ª jornada a 6 pontos do Benfica e a saber que caso vencesse em Leiria, o seu rival na luta pelo título iria jogar um sempre difícil derby lisboeta sob enorme pressão. Importava então vencer a todo o custo para manter vivo o sonho do título.
Domingos Paciência voltava à casa que o viu nascer como treinador da 1ª Liga Portuguesa, mas não havia espaço para contemplações. Assumindo a necessidade de ganhar, fez a sua equipa jogar num 4-4-2 notoriamente ofensivo, como Meyong e Renteria como pontas-de-lança, Alan e Paulo César nas alas. Para o lugar do pseudo-expulso na última jornada "El mudo" Rodriguez, entrou o ex-Naval Paulão.
E foi precisamente Paulão quem criou o primeiro lance de perigo para o Sp. Braga logo nos primeiros minutos na sequência de um canto. Contudo, os bracarenses sentiram grandes dificuldades para impor o seu jogo logo desde o início. Aos 12', Cássio responde da melhor forma a um cruzamento da direita, com um espectacular cabeceamento que não dá hipóteses ao internacional português Eduardo. Os arsenalistas viam-se em desvantagem e nos minutos que sucederam o golo, a U. Leiria parecia querer ampliar a vantagem, dominando a toda a linha. Já o Sp. Braga sentia a falta de alguém na posição normalmente ocupada por Mossoró e via-se em grandes dificuldades para criar perigo na baliza contrária. Coube então aos jogadores da U. Leiria fazerem aquilo que os seus adversários se mostravam incapazes de fazer. Aos 31' o capitão Moisés remata forte na sequência de mais um canto favorável à sua equipa. Djuricic faz uma defesa incompleta, leia-se frango e o sempre oportunista Meyong atira para o fundo das redes relançando a partida. 2 minutos depois, um pontapé de baliza de Eduardo resulta em grande confusão entre os defesas leirienses. O experiente Zé António parece não comunicar com o seu guarda-redes e faz um corte disparatado que isola Renteria. Pelo caminho o defesa central ex-Borussia M'gladbach tem tempo ainda para abalroar o guarda-redes da sua própria equipa, deixando-o fora da jogada. De baliza escancarada Renteria não vassila e consoma a fulminante reviravolta bracarense. Nesta remontada há uma grande parte de sorte mas também algum mérito do Sp. Braga, pois acreditou e pressionou o adversário, obrigando-o a cometer erros.
É sabido que o Sp. Braga sabe gerir vantagens de forma exímia e até meio da segunda parte foi envolvendo e adormecendo o seu adversário na sua teia de passes. Aos 68' Meyong dá lugar a Hugo Viana, que se lesiona passados 6 minutos, fazendo entrar Rafael Bastos. Mais um caso clínico para o departamento médico do Sp. Braga. Com um jogo intenso, mas de pouca qualidade na segunda parte, o único lance digno de destaque é um falhanço de baliza aberta de Ouattara, que atira contra as malhas laterais, o que provocou alguns gritos de "golo" nas bancadas.
Mais uma vitória sofrida dos minhotos, que se mantêm na sombra do Benfica, à espera de uma escorregadela.




Festa da Taça

Como se costuma dizer "Aconteceu Taça!". A vitória do Desportivo de Chaves e consequente passagem à final da Taça de Portugal merece aqui o meu destaque. A equipa de Tulipa trazia da primeira mão uma vantagem pela margem mínima. Durante os 90' a Naval de Augusto Inácio atacou constantemente, mas só um lance genial de Fábio Júnior (já tinha dado nas vistas contra o Benfica) foi capaz de desfeitear o guarda-redes dos flavienses. Grande golo de pontapé-de-bicicleta! Já no prolongamento e um pouco contra a corrente de jogo, o brasileiro Edu empata para o D. Chaves. Desesperada, a equipa da Figueira lança-se para cima do adversário, que aproveita para marcar em novo contra-ataque pelo matador de serviço, Edu. Estava feito o resultado final de 2-1 para os visitantes. Os transmontanos atingem pela primeira vez na sua história a final desta competição numa altura em que disputam a permanência no segundo escalão português. O adversário, sabemos agora, será o FC Porto, vencedor em título. É destes momentos que vive a Taça de Portugal! Espera-se mais uma festa rija no mítico Estádio Nacional!

9 Passes de rotura:

Pedro Veloso 15 de abril de 2010 às 02:12  

João o Edu não é brasileiro, eu sei que com esse nome parece, mas é português de 19 anos;)

Houve Taça, como diriam os jornais.

Sem querer tirar mérito ao Braga, foi inacreditável a forma como estando por baixo conseguiram dar a volta. Só não concordo é que o Djuricic tenha dado um frango no 1º golo, ele fez o que pôde e foi apanhado em contrapé.

Mac 15 de abril de 2010 às 03:51  

Bom post, apenas essa correcção!

Tomás Pipa 15 de abril de 2010 às 12:24  

O Braga continua a mostrar muito carácter. Tem dado a volta a todos os resultados, mas neste teve muita sorte no fim com o falhanço do Ouattara!

Quanto ao Chaves, é Taça! Curioso como vai à final da Taça muito depois de andar longos anos pela 1ª divisão. Se bem me recordo o ano passado estava na 2ª Nacional e foi repescado à última da hora juntamente com o Carregado!

João S. Barreto 15 de abril de 2010 às 13:17  

Haha pois é! Com aquele nome achei que fosse brasileiro e penso que num resumo que vi o comentador disse o mesmo. Hoje tabem vi a reportagem do maisfutebolp que diz que ele é transmontano de gema

Mac 15 de abril de 2010 às 15:28  

Sim e se tivesses visto a entrevista dele ao sair do autocarro na chegada a Chaves, tinhas perecebido que aquela figurinha só podia ser um Tuga de gema lol

Luís Marques 16 de abril de 2010 às 11:33  

Não Tomás, o meu "Chaves" subiu legitimamente. O Chaves e o Fátima foram os finalistas. O Carregado e o Penafiel é que foram os repescados.

Luís Marques 16 de abril de 2010 às 11:35  

E trocava esta final da Taça pela manutenção!

Excepto em caso de um milagre, pois uma vitória coloca-o para sempre nas páginas da história do futebol Português, mesmo que desçam.

Mas como é muito difícil, preferia que já tivessem a manutenção assegurada..

Tomás Pipa 16 de abril de 2010 às 14:54  

Então é isso, desculpa Luís.

És do Chaves já agora?

Luís Marques 17 de abril de 2010 às 22:05  

Sim Tomás, nasci lá apesar de agora morar em Vila Real.

É o meu segundo clube do coração ;)