O Derby da Vergonha

O Vitória de Guimarães deslocava-se a Braga, atravessando porventura o seu melhor momento de forma desta época. Do outro lado, o Sporting local vinha de uma derrota comprometedora no Estádio da Luz e estava obrigado a vencer, não só para se manter na luta pelo título, mas também porque o F.C. Porto espreitava ainda o segundo lugar. O que se viria a passar dentro das quatro linhas envergonha o futebol português.

Procurando surpreender o adversário, Domingos promoveu várias alterações no onze inicial em relação àquele que apresentou na Luz: Luis Aguiar fez de Hugo Viana, jogando muito próximo de Andrés Madrid no "miolo", Rafael Bastos entrou para o lugar do lesionado Mossoró e Matheus jogou como ponta-de-lança no lugar de Renteria, mantendo-se Paulo César encostado à esquerda. Também Paulo Sérgio procurou apanhar o seu adversário desprevenido, trocando algumas peças do seu "puzzle": Valdomiro manteve a titularidade no eixo da defesa, apesar de não ter treinado durante a semana, Rui Miguel entrou para o lugar de Roberto, encostando-se à direita, embora aparecendo também no apoio a Nuno Assis. Marquinho ficou sozinho na frente.

O jogo começou num ambiente de cortar à faca. O Sp. Braga entrou mais intenso no jogo, mas é aos 5' que aquele que viria a ser o grande protagonista do jogo entra em acção. Num cabeceamento limpo de Moisés, Artur Soares Dias inventa um penalty a favor dos visitantes. No meio dos protestos de uns e festejos de outros lá se lembra de olhar para o auxiliar que lhe indica, e bem, que não existe mão na bola do capitão bracarense. O árbitro do Porto volta atrás com a sua decisão e retira o amarelo mostrado a Moisés. Os visitantes pareciam controlar o jogo, embora as duas equipas se mostrassem incapazes de chegar com perigo à baliza contrária. Aos 18' Valdomiro ganha de cabeça na área do Sp. Braga e a bola sobra para Marquinho que amortece, não se percebe se de peito se com o braço, para Rui Miguel que atira colocado para o fundo da baliza de Eduardo, fazendo o seu segundo golo em outros tantos jogos.

Em desvantagem, a equipa da casa procura reagir, denotando um grande nervosismo, fazendo com que o futebol não saísse tão fluido e objectivo quanto costume. Rafael Bastos não se mostrou à altura da titularidade e por isso a sua equipa teve grandes dificuldades na fase de contrução, uma vez que também Luis Aguiar estava demasiado recuado, devido ao posicionamento de Nuno Assis e Rui Miguel. Aos 38' livre directo a favor do Sp. Braga junto à área vimaranense. Luis Aguiar bate forte, acertando no braço de Andrezinho. Soares Dias aponta para a marca de grande penalidade pela segunda vez no jogo. Contudo, o lateral esquerdo do Vitória tem o braço junto ao corpo quando a bola lhe bate, não há intensão de aumentar a extensão do corpo, o penalty é inexistente. Indiferente à veracidade do lance, Alan avança com grande frieza para a bola e remata com sucesso para o fundo das redes. Golo com dedicatória, mas sem beijinhos, para o lesionado Mossoró. Chegavamos ao intervalo com 1-1, mas muito ainda estava para vir.

Logo após o intervalo, Moreno sai amarelado e entra para o seu lugar Flávio Meireles. Com o Vitória a perder qualidade na posse de bola a meio-campo, o Sp. Braga entra melhor, a tentar controlar o jogo. No entanto, a equipa continua a mostrar-se extremamente nervosa. Nuno Assis por duas vezes aproveita passes errados e displicência na defesa bracarense para criar lances de perigo para a baliza de Eduardo. Aos 64', Alan, que hoje fez uma exibição brilhante, espalhando magia a cada toque de bola, faz um passe por cima da defesa vimaranense, encontrando o recém-entrado Renteria (entrou aos 55' para o lugar do invisível R. Bastos), que fica deslumbrado com a classe do seu colega e sozinho perante Nilson permite a recuperação e o corte da defesa contrária. Aos 68' e 71', duas alterações que viriam a influenciar o rumo do jogo, com Roberto a entrar para o lugar de Marquinho e Meyong a render Paulo César. O Sp. Braga passava a jogar num 4-4-2, encostando Matheus à esquerda, com Renteria e Meyong fixos na frente.

As alterações de Domingos Paciência produzem efeito quase imediato. O Sp. Braga consegue jogar mais perto da área contrária e acaba mesmo por provocar um erro grave da defesa vimaranense. Valdomiro, que até aqui vinha sendo um dos melhores em campo, atrapalha-se com Gustavo Lazaretti e a bola sobra para Renteria. Isolado, o Colombiano avança em direcção à baliza, aguentando os sucessivos e contínuos puxões de Valdomiro, acabando por cair na área após falhar na cara do golo. Soares Dias volta a ter oportunidade para brilhar e não a desperdiça. O penalty é claro e bem marcado. Contudo, não existe lei da vantagem na marcação de grandes penalidades e o árbitro esperou pelo remate de Renteria para depois marcar a falta, quando deveria ter apitado imediatamente quando o avançado entra na grande área a ser puxado pelo adversário. Valdomiro recebe ordem de expulsão e Meyong não desperdiça, fazendo o 2-1 que parecia sentenciar o resultado. Puro engano.

O cúmulo da palhaçada


Com menos um em campo, o V. Guimarães não desarma. Jorge Gonçalves entra para o lugar de Rui Miguel, demonstrando a intenção do treinador aumentar a largura da sua equipa, com o objectivo deliberado de chegar à igualdade. Já no primeiro minuto dos descontos, Rodriguez derruba Roberto dentro da área e Soares Dias assinala (bem) penalty. Porém, não satisfeito com a sua boa decisão, o árbitro da partida mostra o cartão encarnado a "El Mudo" Rodriguez, que caricatamente se mantém em campo até ao final do jogo. Em vez disso, é Moisés quem abandona o terreno de jogo sem receber ordem para o fazer. Mais uma vez, o resultado parecia estar fechado, mas Artur Soares Dias não acreditava nisso. Aos 97 (!) minutos, Renteria é derrubado pelo vento, ou pelo barulho dos adeptos do Vitória que nesta altura faziam a festa. O árbitro do Porto mais uma vez dá asas à sua imaginação e aponta pela 5ª vez para a marca de grande penalidade. Compreensivelmente de cabeça perdida, os jogadores do V. Guimarães rodeiam o árbitro, que se decide pela expulsão de João Alves, Andrezinho (não por protestos mas pela "falta") e Desmarets. O Vitória acabava o jogo com 7. Meyong mais uma vez não treme frente a Nilson e faz o 3-2 final, mantendo o Sp. Braga na luta pelo título e mais longe do F.C.Porto. Também pode respirar de alívio o outro Sporting (de Lisboa), que vê a Europa mais perto.

Num jogo que tinha tudo para ser um bom espectáculo, com excelentes jogadores como Alan e Nuno Assis, o árbitro internacional (!!!) Artur Soares Dias decidiu ser o protagonista, com decisões completamente despropositadas e vergonhosas. Com árbitros deste calibre o nosso campeonato nunca poderá ser levado a sério. Domingos diz que o árbitro não teve influencia no resultado (?!), Emídio Macedo vai protestar o jogo. Nesta Sexta-feira Santa, o futebol saíu do Estádio Axa vestido de preto, em sinal de luto.

13 Passes de rotura:

Limoeiro 2 de abril de 2010 às 22:28  

o joao barreto, doeu-te dos dois lados? provavelmente sao campeoes, mas doeu-te o nao distanciamento do braga em relaçao ao teu clube e a nao aproximaçao do vitoria de guimaraes ao meu sporting.

anti-sportinguismo, nao e?

COVARDE!

Pedro Veloso 2 de abril de 2010 às 22:45  

Sim Limoeiro é mesmo com o teu Sporting que o João Barreto anda preocupado, é que nem deve dormir.

Quanto ao jogo, o Domingos devia ter vergonha na cara, se arranjar o número dele juro que lhe mando uma mensagem a perguntar se agora não fala dos "segundos a mais depois da hora", ainda para mais com aquele penalty incrível...

Mas mais que o Domingos - que faz o papel do treinador que ganha, e todos agem assim infelizmente - o pior é mesmo o árbitro, que palhaçada, erros inacreditáveis...

Este Soares Dias...mas quem sai aos seus não degenera não é?

João S. Barreto 3 de abril de 2010 às 00:02  

Limoeiro desculpa lá mas covarde?pq? viste o jogo? Posso-te garantir que se há equipa que não me preocupa é o Sporting (o de Lisboa). Anti-sportinguismo era em relação ao que está em 2º ou ao que vai em 4º que eu não percebi?

Tello 3 de abril de 2010 às 00:13  

é verdade, és um faccioso de m****. ng tira merito ao benfica, mas nao tires merito aos outros qdo ganham.

sporting sempre

Anónimo 3 de abril de 2010 às 00:25  
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Tomás Pipa 3 de abril de 2010 às 02:20  

Típico de futebol português. Mas olha João, os penaltys acho todos mt polémicos! Mais ridiculo foi hoje a actuação de P.Proença em Alvalade.

Expulsou Izmailov de maneira rídicula,depois quando o Grimi fez o mesmo que o Izmailov, Proença deveria ter mantido o critério e expulsá-lo,mas borrou-se de medo!(claro que nenhuma era para expulsão,mas são lances semelhantes)

Que merda de árbitro é esta Proença?

Pedro Veloso 3 de abril de 2010 às 03:19  

"Mais ridiculo foi hoje a actuação de P.Proença em Alvalade"

Tomás desculpa lá mas tem alguma comparação com o desastre do Soares Dias?? Tou chocado com esta frase vinda de ti

Já viste bem o lance do Izma? É muito bem mostrado! Na do Grimi ambos entram assim, de forma agressiva, é completamente diferente.

Também gosto da forma como metes tudo no mesmo saco para esconder o roubo que hoje beneficiou o teu Braguinha ("foram todos mt polémicos"). Tu viste o penalty do Renteria? É dos piores de sempre, mesmo!

João S. Barreto 3 de abril de 2010 às 12:14  

Tomás desculpa lá mas ainda que consideres a expulsão do Izma duvidosa, não podes comparar as duas arbitragens. Foram 5 penaltys (acabaram por ser só 4) e 4 ou 5 expulsões, ainda ninguém sabe ao certo. Isto com penaltys ridiculos (ao nível do do jardel na Luz) que provocaram expulsões injustas!

Tomás Pipa 3 de abril de 2010 às 13:33  

A expulsão do Izmailov o que é que tem?O gajo entra agressivo no lance,nem toca no adversário,nem era agressão!entrou de carrinho pa..

Só vi a 1ª parte do Derby Minhoto ainda e o penalty que vi (o do livre) aceito perfeitamente.

Olhem,eu fico chateado qd o J.Pereira e Izmailov são expulsos assim e o Bruno Alves termina a final da Taça da Liga

Zezinho 3 de abril de 2010 às 13:52  

"Aos 97 (!) minutos, Renteria é derrubado pelo vento, ou pelo barulho dos adeptos do Vitória que nesta altura faziam a festa"
MENTIRA!!! O PENALTY FOI AO 92/93 MINUTOS!!! VE-SE LOGO QUE NÃO VISTE O JOGO!! A BOLA SAI DOS PÉS DE MEYONG PARA A BALIZA AOS 96, PORQUE ANTES EXISTIRAM 3/4 MINUTOS DE MUITA CONFUSÃO!! E O RENTERIA É PUXADO PELO FLAVIO MEIRELES, NA IMAGEM LATERAL VE-SE A CAMISOLA ESTICADA!! NÃO TE DEU JEITO FOI????! TENS A MANIA QUE SABES DE TUDO, É PENA QUE NÃO ANALISES NEM COMENTES ASSIM OS JOGOS DO BENFICA!!!!
TODOS OS PENALTYS EM BRAGA SÃO PENALTYS E O GOLO DO VITÓRIA NASCE DE UMA MÃO!! TÁS AFLITO COM O BRAGA???! ISTO JÁ ACABOU...DORME SOSSEGADO!! JA METEM NOJO SEMPRE TÃO AFLITOS!! FDX!!!!!

João S. Barreto 3 de abril de 2010 às 16:06  

Zezinho a partir do momento em que dizes que o Renteria é puxado pelo Flávio Meireles perdeste qualquer tipo de credibilidade. Tens razão, de facto o penalty não é assinalado aos 97', erro meu, o golo sim é apontado aos 97/98 minutos. Contudo o argumento mantém-se. Ou não viste o Domingos queixar-se que o golo do Benfica tinha sido marcado 17 segundos depois da hora?

Manú 5 de abril de 2010 às 10:56  

realmente este artur soares dias é um arbitro muito fraco mesmo.

a exibiçao deste incompetente so vem dar razao quando digo que os arbitros nao estao comprados e nao roubam para ninguem em especial. apenas erram porque sao bastantes maus. o que se passou no estadio axa ontem foi verdadeiramente inacreditavel. uma falta de controlo emocional de si proprio e dos jogadores incrivel e uma falta de qualidade tecnica absurda!

mas chamo a atençao para a dificuldade de ser (bom) arbitro. os que sao mesmo bons deviam ser louvados e nao crucificados por erros humanos e pontuais.

e nao acho que o problema da arbitragem seja so do nosso pais. la fora é a mesma coisa, tambem ha arbitros a apitar na uefa e na champions, bem como noutros campeonatos, que sao muito fracos. a diferença é que cá se fala demais em assuntos destes e se usa este tema para desculpar más exibiçoes de jogadores ou dirigentes.

João 8 de abril de 2010 às 02:56  

A pedreira virou circo outra vez!