Um olhar sobre os grandes e... os Casos da Jornada (1)

Também ia escrever um post sobre a qualidade da Liga, mas como o Duarte já o fez direcciono antes o meu olhar antes para a análise das partidas dos três grandes e dos seus casos. Tudo na mesma entre eles depois da 1ª jornada da Liga Sagres. O estranho é que estejam em igualdade...mas com um ponto.





- No Sábado, o Sporting empatou na Choupana com o Nacional. Num jogo de fraca qualidade, a equipa de Paulo Bento – na bancada – fez (mais) uma primeira parte paupérrima; o técnico voltou a tentar mudar de sistema e jogar mais aberto do que o losango habitual, num 4-3-3 com Rochemback, Moutinho e Veloso a meio campo, Djaló a extremo-direito e Liedson e Postiga alternando o eixo do ataque com a faixa esquerda. Para tal abdicou da criatividade de Matias Fernandez, que entrou demasiado tarde no jogo e ainda produziu alguns resultados. Do Nacional também não se pode dizer maravilhas: forte defensivamente, como é seu timbre (praticamente a jogar com cinco defesas) e apanágio das equipas de Manuel Machado, tentava explorar o contra-ataque através de João Aurélio e Amuneke mas sem grande sucesso. Os processos são semelhantes aos da época passada mas sem Alonso, Nené ou mesmo Mateus perde-se muito da qualidade extra da equipa. A verdade é que controlou o jogo no meio campo com relativa facilidade, em especial graças à magnífica exibição de Leandro Salino, e acabou por obter um golo mais ou menos caído do céu – que no caso do Sporting normalmente, e ontem mais uma vez, se pode traduzir por “Polga”.

No segundo tempo, mais Sporting e menos Nacional. Os verdes melhoraram, em especial com as entradas de Vukcevic e Matias e com o consequente regresso ao losango habitual, que os jogadores conhecem muito melhor. O Nacional falhou a chance de matar o jogo e depois, como sempre acontece nas equipas portuguesas que continuam a usar velhas tácticas do ferrolho sem ponta de lança para segurar jogo e os centrais adversários na frente (a capacidade de retenção de bola do Amuneke e do esloveno que entrou, o Pecnik, roçou o miserável), recuou em demasia; grande pressão do Sporting, ainda que desorganizado (incrível ver como certos jogadores têm que fazer três e quatro posições diferentes por jogo, eu sei que polivalência é um princípio apreciável mas não em demasia...), com um golo (bem...de pura sorte, mais uma vez) e uma ou outra oportunidade para chegar à vitória. Não se vê como o Sporting neste momento pode sequer atrapalhar a Fiorentina, a não ser pelo facto de a Fiore ter menos ritmo competitivo.

- Domingo, Porto e Benfica. Em Paços de Ferreira um jogo interessante, na minha opinião, e ainda à luz do dia a lembrar tempos idos do futebol tuga. O Porto continua a anos-luz do que pode fazer, pese embora a táctica ter sido mais adequada do que na Supertaça, com a saída do Varela e entrada de Farías para o eixo. O Paços complicou e muito, também se apanhou a ganhar com muita sorte mas depois jogou de igual para igual, bem organizado tacticamente e de novo com William e Cristiano a causarem problemas na frente. Poucas jogadas bem construídas pelo Porto na 1ª parte, e aquelas que surgiram foram sobretudo iniciativas individuais (brilhantes) do Belluschi. Vai ser difícil para o Porto adaptar-se à realidade de Belluschi vs Lucho, jogadores muito diferentes, e não sei até que ponto o rendimento colectivo do meio-campo se irá aproximar da máquina que era, mas que o ex-Olympiakos nos vai oferecer momentos de puro deleite, vai. E atenção, não é nenhuma vedeta no mau sentido da palavra, é um jogador muito objectivo, produtivo e inteligente. Por outras palavras, se vai resultar enquanto peça do relógio não sei, é uma questão mais do foro táctico – o Porto pode eventualmente perder colectivamente, ou até talvez não, a ver vamos - mas individualmente será sempre um grande destaque. E se se fala muito de como o Porto bem vende, este é um caso em que posso estender os elogios à compra: 5 milhões parece-me baratíssimo para a qualidade do argentino. Voltando ao jogo, além desses momentos de Belluschi pouco fez o Porto, sobretudo porque a meio-campo está com dificuldades em garantir recuperações de posse da bola tão rapidamente como fazia na época passada, com os problemas de controle do jogo a isso inerentes. Raúl Meireles - para mim provavelmente o melhor jogador do último campeonato - está muito longe da forma habitual e mesmo Fernando....com isso a equipa ressente-se, mas mais tarde ou mais cedo o nível vai voltar a elevar-se. Não podia deixar passar em claro – por razões óbvias – é o péssimo jogo do Álvaro Pereira...acho que vai haver ali problemas.

A segunda parte foi marcada pela expulsão do Hulk. Vai haver muitos problemas com Hulk esta época, porque os árbitros não lhe perdoam ele reclamar publicamente de muitas faltas que não são marcadas (e ele tem toda a razão, diga-se), e vai ser preciso muito trabalho psicológico para ele não perder a cabeça constantemente (e já agora, para se tornar menos individualista, melhorou muito nesse capítulo mas o processo de decisão ainda está muito verdinho...). O Porto fez, como grande equipa que é, o que lhe competia, não se atemorizou e continuou a tentar, dentro do possível, tomar conta do jogo. O Paços também creio que tenha recuado excessivamente, fazendo-se valer da superioridade numérica para ter algumas boas ocasiões (não muito flagrantes) de elevar a contagem. E a verdade é que quem marcou foi mesmo o Porto, num golo à ponta de lança do Falcao, um lance inadmissível contudo do ponto de vista defensivo: dois defesas deixaram que o Fucile, sozinho na direita, conseguisse centrar e depois os centrais não saltaram e ficaram a ver jogar. Acaba por ser um resultado justo, durante a segunda parte parecia que o Paços ia mesmo ganhar mas as equipas campeãs (e o que me custa escrever isto sobre um rival) aparecem, mesmo que joguem mal, precisamente nestas alturas. Daqueles jogos em que se ganha um ponto em vez de perder dois.

Quem perdeu dois...foi o Benfica. Perdeu dois porque falhou, e falhou, e falhou...Agora estou mais calminho mas nunca bradei tanto aos céus como neste jogo. Eu nunca gosto de me desculpar com o azar e mesmo desta vez há falhanços mais por azelhice do que azar (sobretudo os do Cardozo, de que muito gosto mas que esteve muito mal). Mas outros só indo à bruxa. Comparável só o empate a zero com o Boavista em 06/07, jogo em que mandámos três aos ferros e o Peçanha de então se chamava William Andem. Como disse o Jorge Jesus, a sorte procura-se, mas o Marítimo não procurou, teve mesmo vaca.

Primeira parte algo monótona, Marítimo com o autocarro de dois andares a lembrar ao Benfica que uma coisa é jogar com equipas internacionais na pré-época, que jogam o jogo pelo jogo, outra é jogar em Portugal, em que para aí dez em dezasseis equipas só procuram destruir e jogar com o relógio. Não são desculpas nem nenhuma novidade e passa-se o mesmo contra Sporting e Porto, só estou a constatar. Infelizmente o futebol bonito que temos jogado creio que só se vai ver a espaços e sobretudo na Liga Europa, pelo que disse. Mas a equipa mostrou na segunda parte que tem um potencial fortíssimo e que saberá encontrar soluções várias, mesmo para contrariar este tipo de jogo.

Numa das raras incursões atacantes dos maritimistas o David Luiz comete penalty, já depois da lesão do Carlos Martins e do livre à barra do Aimar, e golo para o Marítimo. E o Benfica, embora tivesse reagido bem e pudesse ter empatado até ao intervalo, continuou a sentir dificuldades; nessa fase só o Coentrão parecia estar tranquilo. O descanso fez bem, a equipa veio transfigurada e a segunda-parte foi um...massacre como não se vê muitos por aí. As substituições foram bem feitas, desequilibraram a equipa do Marítimo e geraram oportunidades atrás de oportunidades, um penalty falhado e uma exibição monumental de Peçanha. Weldon e Nuno Gomes entraram muito bem, e mesmo com este azar e Peçanha incríveis, com um Cardozo minimamente normal teríamos ganho por dois ou três. Um reparo ao Jesus, já agora: se, até como ele, JJ, salientou, o Tacuara estava naturalmente em baixo depois das viagens longuíssimas e jogo a meio da semana pelo Paraguai, deveria ter começado no banco. É para isso justamente que serve a nossa abundância de pontas-de-lança. Outro reparo é a aposta em Sidnei: gosto dele mas continua excessivamente...brasileiro. Com isso digo tudo. Deve sair do onze, até para permitir entrar o Shaffer ou o César, quero um defesa-esquerdo de raiz à esquerda, sobretudo agora que também à direita estamos menos agressivos com a lesão do Maxi.

Nota ainda para o anti-jogo do Marítimo, com que o Artur Soares Dias pactou excessivamente; embora aqui a crítica seja toda para os atletas, se simulam lesões claro que o árbitro não é médico mas...o árbitro também não é parvo e deve tentar punir quem está a fazer fita. É que eu juro que nunca tinha visto no mesmo jogo tantas paragens para assistência, e em TODAS bastou o tipo chegar fora de campo para ficar logo bom. Acontece em todos os jogos, mas de facto roçou o escândalo. É um nojo de atitude profissional: não sou ingénuo, quando jogava à bola queimava tempo como todos, mas isto é demais.

Em resumo, depois de ler os blogues e caixas de comentários dos jornais online encontrei os habituais comentários gozões, que já esperava, sobre o Benfica ser sempre campeão de pré-época e depois dar em flop. Quem só viu o resultado pode pensar isso, quem o viu sabe que este ano não vai ser assim. Nunca mais vamos ter tanto azar e se a equipa, treinando com o JJ há apenas mês e meio, já é capaz de fases tão avassaladoras (com boas jogadas, não é desespero com chuveirinho), o futuro será promissor. Mesmo com as particularidades do nosso futebol. E também por causa da mobilização dos adeptos. Durante a segunda parte no estádio vi um inferno que estava perdido, chamem-me lírico (lol) mas naqueles momentos a seguir ao golo do empate acho que o Terceiro Anel voltou a ser o velho Terceiro Anel, que esmagava os adversários e empurra a equipa para a baliza adversária, como o pressing final nos descontos demonstrou.


CASOS DA JORNADA






- Nacional – Sporting:
Erros sem influência no resultado. Só o João Moutinho poderia ter sido expulso na primeira parte mas o segundo amarelo seria sempre muito penalizador, sobretudo quando o primeiro tinha sido ridículo. Se ele fosse expulso era um disparate.

- Paços de Ferreira – FC Porto
Este já foi um jogo mais...picante.
- Vamos aos casos: Primeiramente, a expulsão do Hulk, correcta, por acumulação (embora ele tenha sido, segundo o relatório do Carlos Xistra, mesmo expulso). Há quem considere que ele deveria ter sido logo expulso na primeira parte por 2 vezes, mas não concordo: aquela mão na cara do F.Anunciação é uma mão normal de quem está a proteger a bola, o gesto não é ostensivo nem estava a olhar para o jogador do Paços; depois, há uma simulação a meio campo, em que eu acho que apesar de tudo ele leva um toque. E não sendo grosseira seria falta de bom senso expulsá-lo por aquilo.
Depois, há um lance do Falcao que centra e a bola bate no braço do Anunciação na área. Este tinha os braços completamente junto ao corpo, com as mãos atrás das costas (como os defesas fazem muitas vezes para evitar fazer penalty), e a bola foi-lhe ao braço. Eu acho que ele não se mexeu de todo, nem vi quase ninguém falar do lance, só o Guilherme Aguiar (que nisto não me merece a mínima consideração, conseguiu dizer que a tesoura do Hulk nem para amarelo era) é que diz que ele se mexeu todo mesmo assim para lhe dar com o braço. Não é nada.

Temos depois 2 foras-de-jogo mal marcados, um para cada lado, mas com um impacto totalmente diferente...na primeira parte há um marcado ao Hulk, ele nem sequer dominou bem e portanto o lance não se pode dizer com nenhuma segurança, até porque a defesa já se estava a reposicionar, que ia dar em alguma coisa. Já o do último minuto (bastante mais claro até pela forma como se desenrolou o lance) é daqueles que ninguém acredita que foi não intencional: jogador do paços na cara do golo, até fintou o helton e depois é que abranda quando era só encostar, por isso para todos os efeitos é um golo que o Paços ia fazer e lhe foi anulado.
Como esta era a última jogada do jogo, o Porto tem um ponto a mais do que devia.

- Benfica – Marítimo:
Outro jogo quente.
- Penalty do David Luiz bem marcado, ele estava a olhar para outro lado mas isso não interessa, desvia a bola com a mão.
- Paradinha do Alonso. Já pode ser feita.
- Penalty do Saviola bem marcado, falta escusada do Miguelito, há aproveitamento do Saviola mas que houve falta, houve. Também não deu em nada. Devia ter sido repetido por dois jogadores lá entrarem, mas não vou estar a dizer que ele marcava à segunda.
- Penalty do Briguel. Não acho falta ( e o jeito que dava...), é bola no braço e não o contrário. Além disso, não é daqueles lances em que o defesa de propósito tem os braços abertos para aumentar a extensão do corpo, é um carrinho normal em que ele não pode cortar os braços.
- Cardozo e David Luiz. Não acho que nenhum deva ser expulso: Cardozo foi uma falta ostensiva, claro, mas para parar um ataque como tantas vezes como se faz, não por maldade como aqueles toquezinhos no joelho, entrada de pitons levantados ou tesouras por trás, e ninguém costuma ser expulso assim. Também não era lance de perigo. O do David Luiz então não percebo, quando muito amarelo e nem isso, é uma disputa normal nos ares e uma fita descomunal do Briguel como se viu bem nas imagens televisivas (foi só sair do campo e reentrar).
- Anti-jogo do Marítimo. Sinceramente, nunca tinha visto tanto. Num jogo a sério o Peçanha era expulso (ver amarelo aos 85 min é só para gozar com as bancadas) e alguns jogadores do Paços tinham visto segundo amarelo. Como disse sei que um árbitro não é médico e que no caso do guarda-redes o árbitro tem que parar sempre o jogo se ele estiver caído, mas há que ter o mínimo de bom senso e algumas vezes foi demasiado ridículo, só o árbitro fingiu não ver.
Mas descontando isto, e como prometi que só contaria lances graves, acaba por ficar ela por ela. Acho que no cômputo geral com um bom árbitro que deixasse o jogo correr (a propósito, 5 min de compensação apenas??) o Benfica teria ganho, mas para ser consensual creio que se pode dizer que pela arbitragem o resultado é justo.


Como disse no comentário em que lancei a ideia da contabilidade dos erros, isto é passível de ser alterado até á próxima jornada por maioria de opiniões - só as fundamentadas, claro. Para já, Sporting e Benfica saldo nulo, Porto um ponto a mais do que o devido. Mas digam de vossa justiça:)

23 Passes de rotura:

Anónimo 18 de agosto de 2009 às 15:51  

Pedro, muito bom o post e uma bela análise.

O jogo do Sporting teve poucos casos, na minha opinião o caso mais grave é mesmo o P.Bento insistir em colocar o Yannick em campo, por isso, o SCP devia ter pontos extra. Tens toda a razão na forma como tocaste no assunto da polivalência. Não é por sair o A.Marques e o Abel e entrar o Pereirinha e o Matías que o Sporting arrisca tudo no ataque, todos sabemos que a defesa continua com 4 defesas, Pereirinha na direita e Veloso na esquerda.É muito giro ser polivalente sim senhora, mas quer-se dizer, estar sempre a mudar de posição durante 90 minutos também não é bom para ninguém ( M.Veloso,Moutinho e Pereirinha principalmente)

No SCP sinal: Carriço,M.Veloso,Vukcevic e Matías
sinal - :
Polga,Postiga,Yannick e Rochemback

No jogo do SLB, grande massacre, boa exibição do Benfica, merecia claramente a vitória e confesso que me deu gozo a exibição do Peçanha. O Peçanha já nos habituou a espetáculos de queimar tempo, eu que o diga, em Alvalade por mim era expulso aos 10 minutos. Com um árbitro a sério seria expulso sem dúvida, mas também não tenho dúvida que se fosse com um árbitro a sério estaria com um amarelo aos 20 minutos e não faria mais anti-jogo.

SLB sinal + :
F.Coentrão,Weldon eN.Gomes
sinal - :
D.Luiz e Saviola

No FCP, Veloso, em relação ao caso do jogo, o fora de jogo mal tirado ao avançado do Paços no fim do jogo, eu acho que não podemos afirmar que seria golo, porque estamos em Portugal e em Portugal a habilidade não abunda.
Foi um jogo um bocadinho menos mau que o do meu SCP, mas mesmo assim também sonolento.

sinal + : Falcao e R.Meireles
sinal - : A.Pereira e Hulk

Verifico que alguns dos jogadores que eu costumo defender e elogiar como Hulk,A.Pereira e Saviola desiludiram na 1ª jornada.No caso do Hulk e Saviola foi apenas coincidência. No caso do A.Pereira é mais preocupante, a ideia que eu tinha dele mantem-se, apoia muito bem o ataque e até chega a entusiasmar, mudei é a ideia que eu tinha dele a defender, foi preocupante.

Poderíamos dar sinal - a Liedson e Moutinho, mas isso seria o mesmo que dizer que o C.Ronaldo fez uma má época em 2008/2009,(não é por não ter sido tão decisivo como o habitual que esteja a jogar mal).

grd abraço
Tomás
sl
Scp 4ever (lol)

Duarte 19 de agosto de 2009 às 11:55  
Este comentário foi removido pelo autor.
Duarte 19 de agosto de 2009 às 12:11  
Este comentário foi removido pelo autor.
Duarte 19 de agosto de 2009 às 12:22  

Para mim não restam dúvidas de que a entrada do Cardozo é assassina e temperamental. O paraguaio tinha perdido a bola, ficou cheio de azia e toca de dar uma traulitada no jogador do Marítimo. Aceito o amrelo, mas se fosse vermelho não se tinha perdido nada.

Pedro, quanto ao David Luiz então não me restam dúvidas: expulsão e mais nada. Porque no lance do penalty nem amarelo viu e porque aquela cotovelada ao Briguel era também ela merecedora de amarelo, claro que se fosse o Bruno Alves as vozes vindas da CS já se teriam levantado e em peso.

Relativamente ao penalty para mim não há nada, existe um toque que é mínimo e, aliás, aquele penalty foi mesmo a única coisa boa que o Saviola fez no jogo, nada que não me admire. Ainda assim compreendo que possa ser um lance susceptível de gerar discussão e por isso não peço sequer ao dr. Ricardo Costa que instaure um sumaríssimo ao Saviola como fez com o Lisandro na época passada por simulação, depois de também ele ter sido tocado na área por Yebda. O penalty devia ter sido repetido, claro que sim, mas já vi vários penaltys serem cobrados com jogadores dentro da área e essa foi uma questão que nunca causou tanta celeuma, talvez porque só agora o jornal A Bola tenha descoberto a pólvora.

Em relação ao anti-jogo posso dizer que é das coisas que mais me fazem perder a cabeça no futebol. Mas essa situação também não é virgem e não se passou só no jogo do Benfica. Passa-se sempre, ou quase sempre, que uma equipa pequena se desloca ao estádio de um dos grandes. Invariavelmente os árbitros nunca punem como deve ser esta forma vil de (não) se jogar. Os guarda-redes demoram eternidades a cobrar os pontapés de baliza, os jogadores simulam lesões, etc. É esta uma das principais razões pelas quais não concordo minimamente quando vêm dizer que as equipas grandes são mais beneficiadas do que as pequenas. Só que em relação a isto também me lembro que o país futebolístico se levantou em peso quando o Porto declarou que os seus jogadores estavam proíbidos de atirar a bola para fora quando um adversário estivesse caído, deixando a paragem de jogo a cargo da equipa de arbitragem, como deve ser.

Mais uma vez parece que se descobriu a pólvora e se o Benfica tivesse concretizado metade das oportunidades de que dispôs, o Marítimo não teria outra solução se não correr atrás do resultado, o que também não legitima o anti-jogo. O discurso do Jorge Jesus no final do jogo é também ele um pouco desfazado do que se passou para não lhe chamar ridiculo, principalmente porque advém de um treinador. Dizer que se jogou à campeão quando se empata em casa com o Marítimo, não me parece de todo pedagógico até para com os jogadores. Se eu fosse benfiquista diria provavelmente o mesmo no final do desafio, só que há uma grande diferença. Eu sou um mero adepto, não sou treinador e por isso posso falar a quente e deixar-me envolver pela emoção ao redor.

Duarte 19 de agosto de 2009 às 12:30  

No Paços-Porto, confesso que tive de ver a repetição dos lances polémicos na TV porque fui ao estádio e de lá foi-me impossível ter a percepção das incidências mais polémicas. Um estádio onde, devo dizer, fui muitíssimo bem revistado, até as mãos me puseram nos boxers, mas paradoxalmente se não tivesse comprado bilhete tinha entrado na mesma porque, no meio de tanta minúcia, ninguém se lembrou de ver se tinha ou não o bilhetinho. Isto foi só um aparte.

Em relação à expulsão do Hulk, posso aceitar. No primeiro amarelo foi claramente por palavras, embora queira ver se o senhor Xistra vai estar tão preocupado com o palavreado do João Moutinho ou do Hélder Postiga quando arbitrar os jogos do seu querido clube. No segundo amarelo posso admitir que existe falta, mas esta não era merecedora de cartão amarelo. Aliás a admoestação só sucedeu a pedido dos adeptos e jogadores do Paços, já que Xistra optou por marcar pontapé de baliza e só depois expulsou o jogador do Porto, talvez por este estar a respirar ou a suar, o que no caso do Hulk não é permitido, começo agora a perceber.

Quanto aos foras de jogo, houve três mal marcados e não dois. No primeiro o Farias está em jogo e em excelentes condições para fazer o golo, no segundo o Hulk atrapalha-se, mas não fica totalmente fora do lance e um jogador como ele podia perfeitamente furar por ali fora. No último, o jogador do Paços caminha isolado e com excelentes hipóteses de marcar.

Quanto ao penalty, acho discutível e depois de ouvir ontem os argumentos óbvios, mas pertinentes, do Rui Moreira no Trio de Ataque, também penso que o braço na bola do jogador do Paços não é tão inocente como alguns o pintam. De qualquer modo dou o benefício da dúvida.

No Nacional x Sporting, não tenho nada a assinalar.

Anónimo 19 de agosto de 2009 às 15:16  

Duarte, Moutinho e Postiga? Mas tu tás bem?


Então tu tens o B.Alves e Meireles que cospem na tromba do árbitro que lhe dizem mesmo os nomes na cara, empurram os árbitros. Tiveste P.Emanuel,P.Santos,J.Costa,Capucho e vens me dizer que o Moutinho e o Postiga falam mal com os árbitros lol.. só podes tar a gozar!

Em relação ao penalty do Saviola, foi um penalty sacado, mas bem sacado,o Miguelito é que foi parvo.
Parecido com o penalty do Licha? Sem dúvida, e sempre disse que para mim também era um penalty bem sacado, ninguém mandou o Yebda dar o toque.

Cardozo e David Luiz, por mim eram expulsos, mas aceito a não expulsão. Vi é uma entrada bárbara do Javi Garcia sobre o Manú na 1ª parte e não ouvi ninguém falar nela.

Tomás

Duarte 19 de agosto de 2009 às 16:12  

Tomás, tens de ler aquilo que escrevo com mais calma. Quando me referi ao Postiga e ao Moutinho estava a aludir ao facto de ambos serem jogadores que passam os 90 min a discutir com o árbitro. Não falava portanto na sua virilidade excessiva porque de facto, justiça lhes seja feita, isso não exibem. Aliás o Moutinho está no extremo oposto, chora por tudo e por nada e aprendeu bem com o João Pinto a simular.

De resto, se calhar ao Sporting bem que fazia falta um Bruno Alves ou um Jorge Costa no centro da defesa para evitar que os Gilardinos deste mundo não fizessem dela gato sapato com todo o à vontade (dominar e finalizar, leia-se).

Duarte 19 de agosto de 2009 às 16:24  

Ah e já agora, o Capucho está nessa lista a fazer o quê? É que sinceramente não percebi, mas se o achas caceteiro terei de te lembrar que ele foi formado no Sporting, não no Porto e digo-o com muita pena porque, pese embora ser um pouco preguiçoso, foi dos jogadores com quem mais me deliciei a ver jogar.

André Seixas 20 de agosto de 2009 às 01:39  

Duarte, as minhas análises estão em sintonia com as tuas. No entanto, concordo que o penalty do Miguelito sobre o Saviola foi bem sacado. O Miguelito estava lá com o pezinho e o argentino aproveitou muito bem a deixa. Com a avalanche ofensiva do Benfica, julgo que, naquelas circunstâncias, grande parte dos árbitros assinalaria o castigo máximo.
De resto, apenas posso sublinhar o que disseste.

Pedro Veloso 20 de agosto de 2009 às 02:12  

Bons comentários, vou tentar abordar várias frases vossas:

"No FCP, Veloso, em relação ao caso do jogo, o fora de jogo mal tirado ao avançado do Paços no fim do jogo, eu acho que não podemos afirmar que seria golo, porque estamos em Portugal e em Portugal a habilidade não abunda."

Tomas, nem devia comentar lol. Eu sei que a habilidade não abunda, mas por muito maus que os jogadores sejam se nem encostar para uma baliza deserta conseguem...

"Para mim não restam dúvidas de que a entrada do Cardozo é assassina e temperamental."

Duarte não devias gastar adjectivos tão fortes com o Cardozo...olha que depois quando aqui comentarmos lances do Bruno Alves vão-te fazer falta:)Percebo o ponto de vista, embora ache um exagero total, aliás também aceitas o amarelo, tal como o Tomás. No David Luiz o lance do penalty não é para amarelo, o lance não é de perigo e nem foi intencional (apesar de penalty claro); por isso mesmo que no do briguel se mostrasse não ia para a rua.

A propósito, como é que podes dizer que esse lance que o briguel era para amarelo e a tesoura por trás do hulk não?

"Mas essa situação também não é virgem e não se passou só no jogo do Benfica. Passa-se sempre, ou quase sempre, que uma equipa pequena se desloca ao estádio de um dos grandes."

Eu sei e disse-o no meu post. Ninguém descobriu agora a pólvora mas como disse não me lembro de ver - pelo menos ao vivo nunca vi de certeza - tantos gajos a fazer fita no mesmo jogo,obviamente tinha que falar
nisso. Fá-lo-ia se tivéssemos ganho por 5-1 à mesma.

"O discurso do Jorge Jesus no final do jogo é também ele um pouco desfazado do que se passou para não lhe chamar ridiculo, principalmente porque advém de um treinador."

Duarte com todo o respeito acho que isto já é exagero. Já pareces o Antero Henrique, tudo o que vem da Luz é mau e vos incomoda, desde o estilo de gestão, se gastamos mais milhão ou menos milhão,se o Jesus diz assim ou assado e é pedagógico ou não com os jogadores (mas agradecemos a preocupação, obg:)). Duarte pedagógico seria não dizer isso quando foi isso que aconteceu, o Benfica jogou com raça, classe e qualidade. É o que ele quis dizer com "jogar à campeão", é uma frase feita como outras. Tal como por exemplo eu perceberia que o Jesualdo dissesse não pq o Porto tenha jogado bem - que não jogou - mas pq mostraram estofo ao sacar um ponto com dez. O SLB teve tremendo azar e alguma incompetência na finalização mas foi esmagador em vários períodos, mas qualquer pessoa que viu o jogo em vez de ler só as análises sabe que é verdade.

"Um estádio onde, devo dizer, fui muitíssimo bem revistado, até as mãos me puseram nos boxers, mas paradoxalmente se não tivesse comprado bilhete tinha entrado na mesma porque, no meio de tanta minúcia, ninguém se lembrou de ver se tinha ou não o bilhetinho. Isto foi só um aparte"
LOL, ri-me muito, isso infelizmente acontece muito com a autoridade, tão zelosos numas coisas e ceguinhos com outras...

"Quanto aos foras de jogo, houve três mal marcados e não dois. No primeiro o Farias está em jogo e em excelentes condições para fazer o golo, no segundo o Hulk atrapalha-se, mas não fica totalmente fora do lance e um jogador como ele podia perfeitamente furar por ali fora. No último, o jogador do Paços caminha isolado e com excelentes hipóteses de marcar."

Desculpa, é que no jogo não reparei nesse lance do Farias e no Dia Seguinte também não o mostraram, desconhecia-o. Mas acredito se me dizes que estava em excelente posição para fazer golo, vou contar isso nos pontos a não ser que alguém tenha visto também e discorde. Já o do Hulk realisticamente não se pode dizer que ia dar em alguma coisa.

O penalty do falcao não acho mesmo que haja alguma coisa, não se pode ter segurança nenhuma em afirmar que há penalty.

tomas isso do javi garcia so tu é que viste...ninguem falou nisso

Anónimo 20 de agosto de 2009 às 12:32  

Duarte, não estava a falar em caceteiros, estava a falar na maneira como falavam com o árbitro.
Não há mal algum estar sempre a falar com o árbitro, como faz o Moutinho, por alguma coisa é o capitão.

Quanto Capucho, se bem me recordo, quando vinha a recuar após mais um ataque (com a sua maneira típica de correr), vinha sempre a declamar bonitas palavras para o fiscal de linha, mas sempre. Sei que foi formado no SCP, mas todos sabemos que não foi aí que aprendeu a dizer isso tudo. Quaresma também foi formado no SCP e foi no FC Porto que aprendeu os vócabulos mais bonitos da língua de Camões (quem desmentir,mente). No FCP mal chegam os jogadores,parece que levam um curso de como intimidar os árbitros (no SCP devia ser o mesmo, mas não é,é só meninos).
J.Costa e B.Alves bem davam jeito acredita, mas não penses que o B.Alves é um fora de série.Já vi vários avançados a fazerem dele o que queria (Arménios e Polacos inclusive).É muito bom de cabeça sem dúvida,é um líder e tem bons pés,mas para ser um central galático falta-lhe os rins,(quando vira num 1x1 é mesmo lento)e claro, se jogasse num campeonato a sério não acabaria metade dos jogos.

Quanto ao "flash" do JJ assino por baixo tudo o que ele disse, disse e disse bem. Gosto de treinadores que dizem as verdades.

Ainda não vi ninguém a falar da prestação do SCP diante da Fiorentina.
Este play-off é uma espécie de exame para entrar na faculdade (Champions), um atestado de qualidade e o Sporting chumbou-o.Antes de mais, tenho que dizer que, quem joga com o P.Silva não se pode dar ao luxo de ir à Liga dos Campeões, no entanto achei o resultado injusto.
Penso que o SCP podia ter ganho. Boa exibição de Veloso,Matías,Postiga e Liedson.
O Vukcevic foi bem expulso claro, mas se o árbitro aplica bem a lei com o Sporting o mesmo deveria ter feito com a Fiorentina. Liedson foi agredido por Gamberini e ficou por mostrar um vermelho.Gamberini mais tarde entrou barbaramente em J.Moutinho(quando este fugiu pela linha num contra-ataque) e nada.
Dainelli levou(e bem) um amarelo por perder tempo, impediu um ataque perigoso do Postiga puxando-lhe a camisola já no meio campo defensivo viola, ficando por mostrar o 2º amarelo, e nem que fosse pela acumulação de faltas que fez, cerca de 6 ou 7, umas mais graves que outras (uma delas no 2º golo do SCP, puxa a camisola de Postiga impedindo Postiga de ir para a zona de golo e o árbitro nem disse nada) não acabaria o jogo.

O árbitro sabia muito bem o que vinha fazer a Lisboa, trazia trabalho de casa e fê-lo bem.

Quem não se indigna comigo, é porque também não é honesto!

Tomás

Pedro Veloso 20 de agosto de 2009 às 14:22  

Tomás sem dúvida que foram muito prejudicados, nada a dizer. Muito tendencioso, na linha das arbitragens que dantes penalizavam sempre os clubes mais pequenos nas comepetições europeias (hoje em dia passa-se menos mas ainda acontece, infelizmente).

Boa exibição do Sporting na 2a parte, agora como dizes o SCP falhou o exame. A Fiore com mais ritmo (o Mutu por exemplo nem correr conseguia) tem muito mais futebol, como se viu em várias jogadas de perigo.

Quanto a essa discussão do "falar com o árbitro", num país em que o Meireles - como disse, grande jogador, melhor da época passada, não está isso em caixa - fala com o árbitro como fez no Porto-Leixões da pré-época e nem amarelo leva está tudo dito. Para não relembrar momentos míticos como o Kostadinov a dar uma peitada no fiscal de linha depois de um golo bem anulado (ainda por cima!!!) por mão do Domingos ou o Pratas-corre-para-trás-porque-tem-medo-do-Fernando Couto-e-dos-outros-mauzões. O que me irrita é que quando jogava futsal um "foda-se que é esta merda?" inofensivo dava vermelho e vejo estes arruaceiros a cobrirem as mães dos árbitros na cara deles de "elogios" e passam incólumes. E no caso do Porto isso ainda é confundido com "escola e mística do FCPorto, homens de barba rija". Eu sei que não estão habituados, mas o Xistra expulsou bem o Hulk e, se foi injuriado, ainda melhor fez em lhe mostrar vermelho directo.

Pedro Veloso 20 de agosto de 2009 às 14:23  

acima queria dizer "não está isso em causa" ao falar do Meireles

Duarte 20 de agosto de 2009 às 18:15  
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Duarte 20 de agosto de 2009 às 18:41  
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Duarte 20 de agosto de 2009 às 18:58  
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Duarte 20 de agosto de 2009 às 18:58  
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Duarte 20 de agosto de 2009 às 19:00  

Pedro, a grande diferença do lance do Hulk para o do Cardozo é que o primeiro quase não toca no adversário e aliás chega mesmo a tocar na bola. O Cardozo não, a única intenção que ele tinha era varrer o jogador do Marítimo.

Relativamente ao discurso do Jesus, posso ter exagerado ao apelidá-lo de ridículo, no entanto continuo a não achá-lo pedagógico. E não, o Benfica não jogou à campeão porque um campeão não desperdiça tantas oportunidades de golo ainda para mais em casa e contra o Marítimo. Se o jogo tivesse sido contra o Porto ou contra o Sporting, podia aceitar esse discurso, mas assim não. Que o Benfica jogou com raça, jogou (como jogava com o Camacho), com classe acho mais discutível, agora qualidade não é a palavra certa. Se me disseres que jogou em quantidade, concordo, tal foi a avalanche ofensiva, avalanche essa que também ocorre com frequência quando as equipas que são muito mais fortes que os seus oponentes jogam em casa e, ainda para mais, em situação de desvantagem no marcador.

Voltando aos casos disciplinares, reparei que falaste na atitude do Raul Meireles contra o Leixões. É óbvio que ele se excedeu, mas devo lembrar-te que foi um jogo de pré-época e portanto os critérios disciplinares são menos rígidos. Aliás escrevi um post sobre esse jogo e, se bem te recordas, esses protestos surgem na sequência de um penalty anedótico marcado contra o Porto. Na altura referi isso e quase todos vocês, tu incluindo, acharam ser demasiado prematuro falar-se de arbtitragem, daí a minha perplexidade por vires recordar esse caso. Quanto a peitadas, também me recordo de uma do Miguel dada ao árbitro no estádio das Antas em 2002/2003, como me recordo de jogadores como Petit, Ricardo Rocha ou Mozer serem elogiados pela CS pela sua "bravura" "raça" e "entrega", quando muitas vezes estes senhores protagonizavam cenas de violência gratuita.

Tomás, o Moutinho,mesmo sendo capitão, passa muitas vezes os limites do razoável a protestar. Aquilo que espero, em suma, é que neste campeonato não seja só o Hulk a ser admoestado por protesto, é só isso e julgo que não me levas a mal por isso. E olha, o Bruno Alves podia não acabar os jogos num campeonato a sério, mas participa na champions e nunca foi expulso, por isso...

Duarte 20 de agosto de 2009 às 19:00  
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Duarte 20 de agosto de 2009 às 20:19  

Só mais umas coisas que me esqueci de escrever no post anterior.

Pedro, os milhões gastos pelo Benfica só interessam ao Porto na medida em que os adeptos encarnados passam a vida a questionar-se sobre onde pára o dinheiro que os dragões recebem. Sobre isso também já aqui escrevi, mas deixo o precioso conselho aos meus eternos rivais se não deviam ser eles a perguntar-se de onde vem o dinheiro que lhes permite gastar tanto e que consequências trarão esses gastos no futuro. É que eu vi o Milan receber 65 milhões pelo Kaká e o United 94 pelo Ronaldo e nenhum deles gastou sequer metade destas verbas, acho até que nem um terço foi despendido em contratações. Mas também dentro deste tema o Rui Oliveira e Costa deu a resposta no último Trio de Ataque.

André, continuo a dizer que não é penalty. Nem os jogadores são flores de estufa nem o futebol é basket em que, por força das especificidades do jogo, qualquer toque dentro da área é logo falta. O contacto do Miguelito é irrisório, isso percebe-se bem, admito que o árbitro não tenha visto, mas o auxiliar não tem desculpas, até porque foi ele a dar indicação da infracção ao árbitro.

Tomás, relativamente ao Sporting, partilho contigo a indignação quanto à arbitragem. Nestas alturas lembro-me sempre de um senhor chamado Hugh Dallas, mas nem vou aprofundar mais porque fico logo incomodado.

De resto, é como escreveste, o Sporting não passou no teste. A defesa esteve muito fraquinha e a forma como o Gilardinho faz o golo é um tanto amadora. É certo que o avançado italiano é um craque com todas as letras, mas a passividade da defesa leonina só lhe veio facilitar mais as coisas.

Deixa-me também que te diga que o Vukcevic teve uma atitude verdadeiramente imperdoável e que feriu de morte a equipa. Eu que estou longe de ser um fã do Paulo Bento acho que desta vez ele tem toda a razão para lhe pregar um sermão daqueles. Só estou espantado pela imprensa ter saído em defesa do montenegrino, é que mesmo concordando que a lei de não poder tirar a camisola é estúpida como um raio, ela existe, é sobejamente conhecida, e o árbitro neste caso só fez o que tinha de fazer.

Pedro Veloso 20 de agosto de 2009 às 23:34  

Duarte,

reafirmo que o Benfica jogou com qualidade. Se reparares os lances das oportunidades foram todos bens construídos, até os dos descontos, não houve chuveiro nem desespero. E no estádio via-se bem isso.

E hoje voltámos a jogar com qualidade, ou foi só quantidade? Sei que me vão dizer que o Poltava é fraco mas tenho a certeza que se aguentava na nossa liga, a questão é que jogou o jogo pelo jogo em vez de se colocar na retranca. O que reforça uma ideia que tenho, que é de que o Benfica irá muito longe na Europa, onde se joga mais aberto, mas na nossa liga vai ter mais problemas, sobretudo em casa. Mas tenho confiança que com as soluções que temos isso também será ultrapassado.

Recuperei o lance do Raúl Meireles só para exemplificar aquele tipo de comportamentos, lembro-me bem do penalty anedótico (e também de foras de jogo ridiculos nesse jogo, um para cada lado, de que falámos aqui) e o raúl tem essa atenuante, mas é inadmissivel um árbitro engolir aquilo e nem amarelo. Era só isso.

Já agora Duarte, "o Rui Oliveira e Costa deu a resposta no último Trio de Ataque". Que é que ele disse? Gostava de saber sff

P.S. Hugh Dallas é sinónimo de roubo claro, mas fez-me lembrar o golo do Jardel nessa eliminatória em Munique, lembras-te? Incrível, como só ele conseguia, no meio de 2centrais de repente sai um míssil de cabeça para o fundo das redes do Kahn. Como o F.Santos perdeu a Liga nesse ano é um dos mistérios do futebol português

Duarte 23 de agosto de 2009 às 18:57  

Pedro, o Rui Oliveira e Costa deu apenas uma das muitas justificações plausíveis sobre os gastos do Porto. Os dragões são aqueles que mais dinheiro gastam com pessoal, nomeadamente com jogadores emprestados. Jogadores esses que, quando calha bem, rodam por outros clubes e depois regressam ao FCP já com experiência e acabam por brilhar (R.Carvalho, Bruno Alves ou Paulo Assunção, por exemplo), outros há que nunca chegam a um patamar elevado e estes acabam por representar pesados encargos para o clube e é por isso que a história dos emprestados é um pau de dois bicos.

Outra coisa que o Rui O. Costa referiu foi o facto do Porto ter constantemente os jogadores mais bem pagos a nível nacional, o que nos ultimos anos se tem revelado acertado, pois efectivamente os ordenados são elevados, mas os atletas também são os melhores pelo que têm justificado, a maior parte deles, cada cêntimo que ganham.

Mudando de assunto, em 99/2000, o Porto perdeu aquele campeonato também por culpas próprias. Porque tinha uma vantagem considerável e facilitou. Isto no meio daquela arbitragem miserável do Bruno Paixão em Campo Maior

Pedro Veloso 23 de agosto de 2009 às 23:59  

Ah ok Duarte, pensei que o pseudo-especialista das sondagens tivesse falado mas sobre o SLB

"o Porto perdeu aquele campeonato também por culpas próprias"

Mesmo...fizeste-me lembrar o passe do Secretário para o Acosta:)