Sorteio do Campeonato do Mundo - análise

Antes de mais, queria pedir desculpa pelo atraso com que este post está a ser publicado, mas a minha disponibilidade não me permitiu escrevê-lo antes. Espero, no entanto, que este cobre à qualidade e consensualidade o que deve à pontualidade.

Começando por analisar o Grupo (G) de Portugal, não tivemos a sorte do sorteio do nosso lado, é um facto. Calhou-nos o todo-poderoso Brasil, que dispensa apresentações, e a melhor selecção africana da actualidade, na minha e penso que na opinião da maior parte dos adeptos de futebol. Quanto à Coreia do Norte, desconheço-os totalmente, tudo o que oiço sobre aquele país está sempre relacionado com política e nunca com futebol. Se tivessem algo que não os tornasse numa selecção para cumprir calendário e à qual os goleadores “piscam o olho” o mundo do futebol saberia. No entanto, nunca fiando.

Sou da opinião que Portugal é um forte candidato aos 4/8 primeiros lugares deste Mundial, pelo que não ponho a hipótese de não vencermos a Costa do Marfim logo no primeiro jogo e assim dar um grande passo rumo à passagem do Grupo G. Sendo o segundo contra a Coreia (prevejo uma vitória fácil, sendo bem e cautelosamente preparado o jogo), desta forma não teríamos que ir para o terceiro jogo, contra o Brasil, a precisar de garantir os 3 pontos para assegurar a passagem (embora eu ache que não é de todo descabida a hipótese de lutarmos de igual para igual com o Escrete).

Tudo bem, os Elefantes são a melhor selecção africana, têm jogadores que jogam nas melhores equipas europeias (com Drogba, para mim uns dos 3 melhores pontas de lança da actualidade, à cabeça) que teriam entrada directa na nossa equipa… mas penso que quem tem que ter medo de nós são eles. Temos o melhor jogador do Mundo (pelo menos até dia 21 deste mês), o melhor defesa central do Mundo (para mim Ricardo Carvalho, em forma, põe qualquer outro central no bolso), temos mais jogadores experientes em grandes palcos que eles e, acima de tudo, temos mais qualidade técnica e táctica.

Como acima escrevi, não acho que seja claro que somos mais fracos que o Brasil. Penso que fazendo um grande jogo, como fizemos no penúltimo jogo com eles, podemos ganhar com categoria. Porém, se as coisas correm mal, podemos ser novamente humilhados… Acho que é um jogo em que tudo pode acontecer e em que eles são (não muito) favoritos. Estou seguro que éramos das selecções que eles menos queriam apanhar do pote 4 e que consideram que tiveram muito azar.
Não adianta fazer previsões com tanto tempo a faltar para o início do Campeonato do Mundo, mas é óbvio que qualquer um preferia ir para o último jogo sem ter a vitória como único resultado possível para garantir a passagem aos oitavos de final.


Em relação aos outros 7 grupos, parece-me que a distribuição de valores acabou por ficar bem feita, havendo apenas, na minha opinião, dois embates que não são dignos, ou pelo menos não tanto como todos os outros, de uma prova deste nível. Falo do Argélia vs. Eslovénia e do Eslováquia vs. Nova Zelândia.

Começando pelo Grupo A, não prevejo muitas dificuldades para a Irlanda… peço desculpa… para a França, melhorando um pouco o seu futebol até lá, confirmar o seu papel de clara favorita à conquista do primeiro lugar. Nos jogos com Uruguai e México, as duas equipas que, à partida, disputarão a outra vaga de passagem, teremos que ver uma França atenta, profissional, e a não pensar que a vitória aparecerá a qualquer momento (ou com a mão de Henry). Isto se quiser, como é natural, evitar surpresas desagradáveis (que todos agradecíamos e esperamos).

O Grupo B é, em teoria, dos mais equilibrados da prova. A sempre temida Argentina (ainda que treinada por uma pessoa desequilibrada, digamos assim, para poupar no adjectivo) assume o papel de favorita. Porém, terá uma bem organizada e ambiciosa Grécia e uma perigosa Nigéria como principais adversários, que, “no papel”, não lhe facilitarão a vida de forma nenhuma. A própria Coreia do Sul é de desconfiar. Cuidado D10S, Mago e Conejo!

Passando ao Grupo C, encontramos uma Inglaterra que, comandada por um dos melhores treinadores do Mundo, não deverá ter a mínima dificuldade em bater os Estados Unidos, a Argélia e a Eslovénia. Ainda que algo não corra como previsto, a passagem à fase seguinte não deixará de ser uma realidade, estou seguro. Em relação à outra vaga em disputa, aposto mais nos Estados Unidos (talvez por ser a que conheço melhor), mas ambas as outras selecções não lhe facilitarão a vida, concerteza.

Não se prevê vida fácil para a Alemanha no Grupo D. Uma Sérvia em claro crescendo, um Gana que, para mim, disputa com a Costa do Marfim o “título” de melhor selecção africana da actualidade, e uma Austrália que já começa a ganhar calo nestas andanças exigirão uma Alemanha perto do seu melhor para se levarem de vencidas.
A outra vaga, conseguindo a Alemanha o que lhe é exigido, será uma das mais disputadas da competição, creio eu.

Olhando para o Grupo E, exige-se à Holanda uma passagem tranquila, na senda do que fez na qualificação. Não deverá, porém, cair em excessos de confiança, pois Eto’o (Camarões), Nakamura (Japão) e Bendtner (Dinamarca) serão ameaças à sua defesa que não está ao nível mundial do seu ataque, pelo menos em termos de nomes individuais.
A minha aposta pessoal para acompanhante da Holanda aos oitavos vai para os Camarões, que me parecem mais fortes que as restantes formações. No entanto, o equilíbrio também será palavra de ordem neste grupo.

Bastará uma Itália a meio(-alto) gás para assegurar o primeiro lugar do Grupo F. Foram premiados com a pior selecção da competição (aquela que é a melhor, ou pelo menos das melhores, do mundo em râguebi). Prevejo apostas entre os avançados italianos para ver qual mais fuzila a Nova Zelândia.
Quanto ao Paraguai de Óscar Cardozo e à Eslováquia de Hamsik e Skrtel, o meu voto vai para os sul-americanos.

Por fim, o Grupo H contará a história de um outro passeio tranquilo. A campeã europeia não terá grande oposição. Entre Honduras, Chile e Suíça (está bem melhor, mesmo assim), não vejo sequer uma formação que juntasse os melhores jogadores das 3 que desse luta a uma Espanha no seu melhor nível.
Óbvio que em competição as facilidades não serão do tamanho que eu as escrevi, a Espanha terá que ser profissional e ter em mente o fracasso na última Taça das Confederações.
A outra vaga será disputada, salvo alguma surpresa que David Suazo, Wilson Palacios e companhia tenham guardada, entre o Chile de Matigol e a Suíça.



Tudo isto são previsões que valem o que valem, obviamente, e, por isso, esperemos, ansiosos, pelas 16 horas (locais) do dia 11 de Junho do próximo ano...