Começo Discreto

Portugal iniciou 3ª feira passada a sua participação neste Mundial duma forma discreta.
Embora, na minha opinião, este resultado não nos tire todas as hipóteses de passar, uma selecção com os valores individuais de Portugal podia e devia ter feito mais perante uma Costa do Marfim que apenas usou e abusou da sua capacidade física.
Embora Queiroz justifique a exibição com o cuidado de não perder o primeiro e mais decisivo jogo, quanto a mim este empate deveria ter sido acompanhado de um pouco mais de risco em termos ofensivos.
No entanto, não foi isso que se verificou. Embora em termos defensivos a agressividade tenha sido do meu agrado – com destaque para a boa exibição de todo o quarteto defensivo + a dupla Mendes e Meireles –, pareceu-me que a estratégia ofensiva de Portugal passou por desistir dum contacto físico na luta pela bola, à espera de ganhar segunda bolas com um meio campo e ataque pressionantes.
Penso que foi por causa dessa estratégia que Portugal não conseguiu ganhar o jogo, pois Eriksson precaveu-se, alertou os seus elefantes e dotou-os duma surpreendente capacidade táctica e leitura de jogo que lhes permitiu ficar com a maior parte das segundas bolas.

Olhando para todos os jogos realizados até agora, o resultado de Portugal acaba por estar completamente em linha com o que se tem passado até agora. Uma primeira jornada de bastantes cautelas por parte da maior parte das equipas, demasiados empates e poucos golos.
Muita gente está contra o treinador e contra a falta de resultados práticos do seu trabalho, mas quem sabe se não terá sido melhor jogar pelo seguro para evitar uma surpresa quase irreversível? A Costa do Marfim esteve melhor do que a maior parte das pessoas esperava (incluindo eu) e o jogo acabou por não ser nada fácil.
Veremos se não terá sido mesmo um ponto ganho e não dois perdidos – e se não terá sido positiva esta “escorredela” tendo em conta que a Suiça só depende de si própria para chegar ao primeiro lugar do grupo que se cruzará com o nosso.

Sempre defendi o trabalho que vindo a ser feito até agora, mas reafirmo que sem resultados não há trabalho que valha, por isso a última oportunidade que dou a esta Selecção para manter a minha opinião e crença é o jogo com a Coreia do Norte.
Acredito que faremos uma boa exibição, que a vitória será alcançada com a naturalidade esperada e que iremos para o jogo com o Brasil com o empate a ser suficiente para ambas as equipas passarem.

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