Campeão… onde? Não vi…

Mas que grande tarde de futebol, português, claro. Com tudo a que temos direito e a que fomos habituados, nós os portugueses. Para o bem e para o mal, é o que temos.
Para o bem, para mim, porque o meu FC do Porto ganhou, um bom jogo de futebol, como deve ser ou deveria, sempre; para o mal, para o país, porque esta segunda feira 6 milhões levantaram-se, os que não vivem de subsídios, e lá foram cabisbaixos trabalhar, sem festa, pelo menos real, já que vivem de festa anunciada desde Agosto do passado ano, tal como em todas as épocas; mas esta é diferente, porque haverá festa até a ultima jornada! E no fim veremos quem realmente fará a festa…

O meu FC do Porto não será com certeza, a fazer a festa. Esta é neste momento uma das poucas verdades absolutas no futebol português. E este “POVO DE MERDA”, (desculpem-me a expressão, não é minha, mas sim de alguém que escondido sob o anonimato, que este blog permite, usou, … certamente não será português), é inteligente e humilde o suficiente para o assumir. Para nós resta-nos a “Raínha”, no Jamor, não de consolação, mas de consagração, de um grupo que realmente a merece.

Cinco meses esteve este clássico a cozinhar, por vezes em lume brando, outras em viva brasa. Com os cozinheiros do costume, e outros, que aproveitaram o “caldo”, como diz o meu POVO, para exercitarem o seu narcisismo, que cobarde e encobertamente alimentaram a “festa”. E assim, deturpando a verdadeira “verdade desportiva”, chegamos a este final de campeonato atípico… com um FC do Porto já arredado do título, um Sporting afogando-se cada vez mais na sua própria politicamente correcta gestão, um Braga que continua a surpreender e um Benfica que luta pelo título!

E não fossem os cozinheiros, até poderia ser um jogo de luta pelo título. E pareceu, foi intenso, bem jogado, …com “casos”, claro. Como já nos habituamos nos clássicos do nosso futebol. Já a escaldar horas antes do início da partida, mas com alguma fervura apenas no início do jogo, um Benfica cauteloso entrara no Dragão em busca do ponto que lhe daria o título? Jogando ao mesmo tempo como resultado do jogo de Braga… Perguntava-me a mim próprio, que esperava uma outra atitude daqueles já tão aclamados Campeões 2009/2010! A verdade é que no Porto esbarraram contra uma barreira extremamente moralizada, revoltada. Ainda que me causasse alguns calafrios na primeira parte, com o remate a barra de Di Maria, e o falhanço incrível de Javi Garcia a escassos metros da baliza, o Benfica não mais me preocupou. Preocupava-me mais a actuação da equipa de arbitragem, constantemente iludida pelas manhas encarnadas e constante perseguição aos jogadores azuis e brancos. E o golo surgiu com uma cabeçada incrível do Capitão! A bater o capitão encarnado em plena área e a inaugurar o marcador. O FC do Porto ia para o intervalo a vencer.
Já no início da segunda parte, Olegário Benquerença mostrou ao que vinha! Aos 52 minutos sonhou com uma simulação de Fucile na área encarnada, mostrando-lhe assim o segundo amarelo e consequentemente o cartão vermelho. A conversa com Jorge Jesus à saída do túnel para o segundo tempo dava frutos! O FC do Porto ficava sem defesa direito, abrindo assim caminho ao até aqui apagado Di Maria, juntando-se a ele Jesualdo Ferreira que fora mais uma vez expulso, vai-se lá saber porquê! E logo a seguir num lance atabalhoado e com culpas para Rolando, muito permissivo, o Benfica marcava por Luisão. E se a partir daqui já muitos profetizavam a festa encarnada, mais uma vez o FC do Porto ganhava o título de desmancha-prazeres! Farias marcava novamente para o Porto, num também algo feliz. E a partir daqui o Benfica perdeu discernimento, a ânsia retirou-lhe precisão no passe. Contudo ainda destaque a uma grande defesa de Beto a um remate de Aimar, já em campo. Jesus mexia na equipa em busca do ponto que lhe daria o campeonato, mas o destino estava traçado… era o FC do Porto quem mais criava perigo, e exemplo disso seria o remate a barra de Guárim. Faltava o golo que sossegaria os portistas e levaria a decisão do campeonato para a última jornada. Já o Braga vencia em casa o Paços de Ferreira, mas ao Benfica continuava a faltar o ponto! E foi Belluschi a por um ponto final na história, com um remate em arco potente a surpreender Quim, já nos últimos 10 minutos. Sonho adiado...

E o resto são historias, iguais a tantas outras que a própria Historia não nos deixa esquecer – pedradas, insultos... tudo que o típico português gosta de ver na televisão, o repugnante espectáculo que nos é constantemente oferecido, vitimizando os outrora agressores.