Bunyod quê?

Grémio, Palmeiras, Brasil, Portugal, Chelsea e Bunyodkor. Este podia ser mais um daqueles exercícios de escola primária em que as criancinhas têm que descobrir qual a palavra, de entre aquelas que são apresentadas, cujo significado não tem nada a ver com as outras, estando por isso a mais. Podia, mas não é. Este é apenas e tão só parte do curriculum de Scolari, apresentado de forma pura e dura. Até aqui, neste meu texto, não há lugar para a discórdia, estes são os factos.
O técnico brasileiro que até foi campeão do mundo com o Brasil em 2002, irá treinar agora uma equipa do Uzbequistão, um país que pertenceu à ex-União Soviética e que, como tantos outros, alcançou a sua independência nos anos da Guerra Fria. Depois de uma pesquisa trabalhosa, até porque o clube em questão não tem sequer um site oficial, lá consegui obter algumas informações sobre o país e a equipa. Este ilustre desconhecido do futebol mundial já tentou contratar Samuel Eto’o e conta no seu plantel com aquele que foi uma das pedras basilares da selecção brasileira, com a qual Scolari triunfou em 2002: estou a falar de Rivaldo.
Dinheiro não lhes falta, pensarão alguns de vós. Isso não vos posso garantir, mas o facto deste clube ser propriedade de Gulnara Karimova, filha do presidente daquele país, já indicia alguma coisa. Sedeado em Tashkent, capital uzbeque, o Bunyodkor encontra-se, neste momento, no primeiro lugar do campeonato e nos quartos de final da liga dos campeões asiáticos.
São muitas as ilações que se podem tirar daqui. A primeira das quais, o facto da carreira de Scolari ter caído a pique desde que chegou ao continente europeu, onde, e sem ponta de xenofobias, são exigidas qualidades como o know-how e a competência em primeiro lugar. Na Europa ter um grupo de craques pode até dar para ir ganhando uns jogos, mas nas alturas decisivas em que as coisas estão taco a taco, como na final com a Grécia em 2004, é nos pequenos pormenores que se apuram os vencedores.
Lentamente o Filipão foi vencido pelas suas incompetências. Isso tornou-se por demais evidente no Chelsea, em que tinha de trabalhar e conviver com o plantel dia a dia e não de três em três meses, como na selecção nacional. No clube inglês as bandeiras à janela não bastariam, até porque são poucos os apartamentos londrinos habitados por “blues”. Os discursos autoritários também não cairiam no goto da imprensa inglesa e ninguém no Chelsea, muito menos Abramovich, suportaria ver um activo como Drogba sentado no banco, como aconteceu cá com Vítor Baía (este nem para o banco foi). Independentemente disto, é caso para exclamar: “olha só ao que ele chegou!”

Duarte

1 Passes de rotura:

Numero Dez 14 de junho de 2009 às 16:53  

Parece-me contudo que será sorte que queiroz nao terá sequer...